A imprensa de ontem e hoje faz
ampla referência ao Relatório “PROVAS FINAIS E EXAMES NACIONAIS - PRINCIPAIS INDICADORES - Ensino Básico e Secundário – 2017” produzido pela Direcção-Geral
de Estatísticas da Educação e Ciência e pelo Júri nacional de Exames.
Os dados são extensos, parece
importante considerar alguns indicadores globais mas mais útil será a análise e
o trabalho a desenvolver pelas escolas.
Dos dados e em síntese releva o
aumento que se saúda da percentagem de alunos que no 3º ciclo e ensino
secundário cumprem trajectos sem retenção durante o ciclo e avaliações positivas
nas provas finais e exames nacionais embora globalmente ainda não sejam a
maioria. Estes resultados são consistentes com a melhoria que tem vindo a
verificar-se também nos estudos internacionais, designadamente no PISA.
Mantém-se a fortíssima associação
entre as condições sociodemográficas dos alunos e o seu desempenho escolar, as
assimetrias de natureza regional apesar do bom desempenho de algumas escolas em
distritos com resultados globais mais baixos e acentua-se a discrepância
habitual de resultados entre rapazes e raparigas.
A reflexão sobre estes
indicadores pode direccionar-se numa perspectiva de olhar para o “copo meio
cheio” e sublinhar, justamente, o trabalho desenvolvido por alunos e professores
que permitiram a subida ou olhar para o “copo meio vazio” e identificar o que
ainda temos de caminhar.
Muitas vezes tenho falado por
aqui sobre estas questões e para não me repetir, coisa que como se sabe é
característica dos velhos, proponho uma outra ideia.
Pondo o “instrumental” que está
em baixo como fundo sonoro imaginemos.
Imaginemos como seria se
tivéssemos estabilidade e coerência nas políticas educativas.
Imaginemos como seria se
tivéssemos um sistema descentralizado com real autonomia das escolas e sem a
carga burocrática que pressiona as escolas e os professores.
Imaginemos como seria se fosse possível
retirar a educação da baixa política da partidocracia do Portugal dos
Pequeninos.
Imaginemos como se seria se
existissem apoios competentes, adequados e suficientes mobilizados em tempo
oportuno face a dificuldades de alunos, de todos os alunos, e professores.
Imaginemos como seria se as
mudanças quando necessárias, e são necessárias num sistema como o da educação
seriam pensadas, discutidas e participadas, com calendários de operacionalização
adequados e com avaliação obrigatória.
Imaginemos como seria se, tal
como os alunos confiam nos professores, assim as sucessivas equipas ministeriais
valorizassem o seu trabalho nas diferentes dimensões em que tal deve acontecer.
Imaginemos como seria se tanta
coisa que é feita ao lado da escola fosse feita com a escola.
Imaginemos …
Até aos próximos resultados a
serem divulgados.
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