sábado, 13 de janeiro de 2018

A LER "O QUE FAZ UM BOM LEITOR?"

Em texto no Público, “O que faz um bom leitor?”, o Professor João Marôco, coordenador do PIRLS de 2016, procede a uma análise dos resultados  e conclui:
Em suma, os alunos com melhores desempenhos no PIRLS 2016 são confiantes nas suas capacidades (de leitura); provêm de agregados familiares com mais recursos educativos; sentem-se integrados na escola; e demonstram ter competências de leitura à entrada no 1.º ciclo de escolaridade. Estes alunos frequentam escolas onde é dada maior ênfase ao sucesso escolar; os professores sentem que os seus alunos têm vontade de terem sucesso escolar; a síntese das ideias principais do texto são as atividades de ensino mais eficazes; onde os "impedimentos ao ensino devido a limitações dos alunos são reduzidos; e onde os encarregados de educação têm expetativas elevadas sobre o desempenho dos seus educandos.
Pois é meu caro João, esta síntese associa-se ao que de há muito se sabe em matéria de aprendizagem da leitura e que em bom rigor informa muito do que é feito nas escolas apesar do peso de variáveis exteriores à escola como literacia e expectativas dos pais e encarregados de educação que se  repercutem de várias formas nem sempre directas no trajecto de aprendizagem dos alunos.
Na mesma linha, em suma, um bom leitor constrói-se desde o início do processo educativo. Desde logo assume especial importância o ambiente de literacia familiar e o envolvimento das famílias neste tipo de situações, através de actividades que desde a educação pré-escolar e 1º ciclo deveriam, muitas vezes são, estimuladas e para as quais poderiam ser disponibilizadas aos pais algumas orientações que se repercutiriam nas suas expectativas e no exercício da parentalidade.
Nos primeiros anos de escolaridade é fundamental uma relação estreita com a leitura, não só com os aspectos técnicos, por assim dizer, da aprendizagem da leitura e da escrita da língua portuguesa, mas um contacto estreito e regular com a actividade de leitura, seja do que for, considerando motivações e culturas diferenciadas apresentadas dos alunos.
Mas mais do que as razões, e todas contribuirão para a situação que temos, é importante, diria imprescindível, que nos convencêssemos todos, professores, pais e outros actores, que só se aprende a ler, lendo, só se aprende a escrever, escrevendo, só se aprende a andar, andando, só se aprende a falar, falando, etc., etc.

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