sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DE ACORDO COM O DESACORDO DE VASCO GRAÇA MOURA

Na imprensa de hoje é notícia a decisão de Vasco Graça Moura mandar suspender a aplicação do Acordo Ortográfico nos serviços do Centro Cultural de Belém, incluindo a retirada dos correctores de texto instalados nos computadores da instituição.
Desde já saúdo a atitude de resistência. Não sei, as notícias são inconclusivas, quais as implicações legais desta decisão. No entanto, parece-me importante, significativa e corajosa. Da cultura espera-se também isso.
Do que tenho lido ainda não me convenci da bondade do Acordo Ortográfico a que nos obrigaram e que tanta oposição tem suscitado.
Entendo que as línguas são estruturas vivas, em mutação e isso é importante. No entanto, a grande razão, a afirmação da língua portuguesa no mundo, não me convenceu pois não me parece que o inglês e o castelhano que têm algumas diferenças ortográficas nos diferentes países em que são língua oficial, experimentem particulares dificuldades na sua afirmação, seja lá isso o que for. De facto não tenho conhecimento da perturbação e do drama com origem nas diferenças entre o inglês escrito e falado na Inglaterra e nos Estados Unidos, mas isto dever-se-á, certamente, a ignorância minha e à pequenez irrelevante daquelas comunidades anglófonas.
Por outro lado, a opinião dos especialistas não é consensual, longe disso, e eu sou dos que entendem que em todas as matérias é importante conhecer a opinião de quem sabe.
Neste quadro e como sou teimoso vou continuar a escrever em desacordo até que o teclado me corrija. Nessa altura desinstalo o corrector que venha com o acordo e vou correr o risco de regressar à primária, ou seja, ver os meus textos com riscos vermelhos por baixo de algumas palavras, os erros.
Umas das vantagens de ser velho é poder ser teimoso e ter uma justificação para isso, a idade, toda a gente sabe como os velhos são teimosos.
Assim, quando começar a dar erros também não me importo, os velhos, além de teimosos, têm coisas esquisitas.

10 comentários:

Anónimo disse...

Velho e do Restelo... Alias não fosse o Ccb daquela zona

Zé Morgado disse...

Caro Anónimo,
Velho sim, mas não do Restelo, da mítica Margem Sul

Paulo Nunes disse...

Mas isto de uma lingua, escrita ou falada não é, além de cultura, uma questão de tradição? então devemos ouvir os "velhos" do Restelo ou de Xabregas...

Anónimo disse...

portugal e a palhaçada do costume.

Anónimo disse...

Calha bem que seja velho.
São quem tem mais para ensinar.

Anónimo disse...

Tristes aqueles que pensam que a defesa da cultura, da tradição e da língua em que nos exprimimos e construímos é apanágio dos "velhos". Mas, pelo que se vê na comunicação social e nos media, não admira.

José Pina disse...

Não perde uma oportunidade para dar nas vistas! Verdadeiramente sem graça!..

Anónimo disse...

Todos temos as nossas convicções, mas daí a tentar impô-las contrariando orientações legais..

Ainda não escrevo pelo novo OA por hábito e preguiça. Mas se me impedissem de o fazer no meu contexto profissional e retirassem o corrector não iria gostar. E garanto que tudo que tivesse o meu nome no final iria ser escrito pelo novo acordo.

Cristina

Unknown disse...

Tenho algumas reticências relativamente a esse assunto. Não devido à minha concordância ou discordância no que concerne ao Acordo (de 1990), mas porque, pela minha parte, não me passaria pela cabeça aceitar trabalhar para uma qualquer entidade e depois recusar-me a cumprir as diretrizes adotadas antes da minha entrada. Se não concordo com o que fazem e me vou recusar a cumprir, não é honesto que aceite o emprego...

Anónimo disse...

Enfim, mais uma palhaça de pseudo intelectuais birrentos arauto autoproclamdos defensores da pátria e da cultura nacional. Tenham juízo e vão apanhar sol... Pelo mesmo motivo porque não escrevem em Latin? Ou no português antes do acordo da década de 1911? Na pharmacea hae remédios para essaes peçanhaes