Existem situações que, apesar de sabermos que acontecem, permanecem demasiado na sombra, só quando são notícia, damos conta da sua existência. É o caso do casamento forçado de menores.
A divulgação do "Livro Branco: Recomendações para Prevenir e Combater o Casamento Infantil, Precoce e/ou Forçado” com base num inquérito junto de um número significativo de
instituições que lidam com as problemáticas dos menores mostra que, entre 2015 e
2023, foram registados 836 casos de união entre menores, 126 dos quais entre
crianças entre os dez e os catorze anos. Estima-se que seja um número que não traduz a verdadeira dimensão do problema.
Sem surpresa, os pais são “os
maiores incentivadores” destas uniões. As justificações para a existência deste
abuso são diferenciadas, e, obviamente, inaceitáveis.
Os menores envolvidos sentem os
seus direitos e bem-estar fortemente ameaçados e com consequências graves de
diferente natureza incluindo insucesso e abandono escolar.
Os pais não são donos dos filhos
e estes não podem ser maltratados em nome seja do que for. E sim, é
também uma questão de cidadania e desenvolvimento.
Parece de recordar a ideia
atribuída a Mandela, a educação e o ensino são as mais poderosas armas para mudar
o mundo.
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