segunda-feira, 4 de abril de 2011

PROIBIDAS AS CRIANÇAS, A SEGUIR PROÍBE-SE ...

A propósito da anunciada intenção da Ryanair de promover voos em que são proibidas crianças a bordo o DN de sábado tratava a questão referindo a existência de unidades hoteleiras ou de restauração que têm essa interessante atitude de proibir a entrada a crianças.
Há uns tempos, o conhecido tudólogo Miguel Sousa Tavares também sustentou que as crianças nos restaurantes podiam ser tão incomodativas como o fumo dos seus cigarros.
Estas posições parecem-me interessantes. É de notar que logo surgem apoiantes e existe certamente um nicho de mercado, já identificado pela Ryanair que quer viver longe das crianças estando, por isso, disposto até a pagar um pouco mais só para não correr o risco de levar com uns putos mal-educados a estragar a viagem ou a refeição. Não cheguei a perceber se as crianças poderiam, apesar de tudo, viajar em condições especiais com os animais de companhia.
Com é evidente todos temos histórias destas, não é uma experiência de que se goste ter como companhia de viagem ou de refeição miúdos que se comportam como ditadores, miúdos desregulados no comportamento e muitas vezes acompanhados dos respectivas papás que por incompetência ou negligência são incapazes de manter os miúdos tranquilos. Como é óbvio, temos o direito à tranquilidade.
Só que a questão é a natureza da educação que os miúdos têm e não a proibição da sua presença, os miúdos não são todos assim.
Existem muitos adultos que me incomodam e não vejo como proibir a presença de adultos a bordo dos voos da Ryanair ou noutro qualquer espaço. Um dia destes pode pensar-se em proibir a presença de velhos, são chatos, sempre a contar histórias, as mesmas histórias. Também pode proibir-se a presença de gente obesa, torna o espaço mais apertado para as outras pessoas. Também se poderia proibir a presença de profissionais da política, incomodam demasiada gente. Não têm limite os exemplos que poderemos antecipar.
Este tipo de discurso mostra, também, de que são feitos alguns dos tempos que vivemos, putos desregulados, a crescer sem regras e gente intolerante, a criar guetos sucessivos e cada vez mais exclusivos.
Vão acabar sós.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sophia de Mello Breyner deve dar voltas e mais voltas no túmulo, cada vez que o seu estremoso filho escreve uma crónica ou profere um comentário.

Este país a precisar tanto de uma fada boa para o salvar da desgraça e o "tudólogo" Miguel não é capaz de se oferecer...Que pena!