Há dias, num texto colocado aqui no Atenta Inquietude, referi um debate realizado no Porto sobre a pobreza em Portugal que afecta 18% da população. Desculpem, é incómodo mas retomo a matéria.
O I apresenta hoje um trabalho sobre a gente que vive na rua. De acordo com os técnicos ouvidos, aumenta o número de pessoas que vive na rua e sublinham o aumento de situações envolvendo famílias. Na peça referia-se um caso de uma família com três crianças de 2, 6 e 9 anos que vivem numa carrinha para além de outros casos referenciados.
Eu sei que é fácil cair na demagogia se recordar que a primeira página do CM se refere aos prémios de gestão obtidos pelos administradores da REN. Eu sei que é fácil ser populista se atentar nos discursos da campanha política em curso centrados no acesso ao poder e não no que fazer com esse poder, nos cenários políticos posteriores, nas questões pessoais e em fait divers para todos os gostos.
Mas também sei que uma família com três miúdos a viver numa carrinha abandonada é um murro no modelo de desenvolvimento económico que se instalou, é um murro na gestão autárquica, é um murro nas políticas sociais.
Sei também que a desesperança mata a vida.
Sei também que a indiferença cria um olhar que torna transparente este tipo de situações. Sabemos que existem, estão à nossa frente e não as enxergamos.
Sei finalmente que não vemos tudo o que os olhos mostram, vemos apenas o que queremos ver.
O I apresenta hoje um trabalho sobre a gente que vive na rua. De acordo com os técnicos ouvidos, aumenta o número de pessoas que vive na rua e sublinham o aumento de situações envolvendo famílias. Na peça referia-se um caso de uma família com três crianças de 2, 6 e 9 anos que vivem numa carrinha para além de outros casos referenciados.
Eu sei que é fácil cair na demagogia se recordar que a primeira página do CM se refere aos prémios de gestão obtidos pelos administradores da REN. Eu sei que é fácil ser populista se atentar nos discursos da campanha política em curso centrados no acesso ao poder e não no que fazer com esse poder, nos cenários políticos posteriores, nas questões pessoais e em fait divers para todos os gostos.
Mas também sei que uma família com três miúdos a viver numa carrinha abandonada é um murro no modelo de desenvolvimento económico que se instalou, é um murro na gestão autárquica, é um murro nas políticas sociais.
Sei também que a desesperança mata a vida.
Sei também que a indiferença cria um olhar que torna transparente este tipo de situações. Sabemos que existem, estão à nossa frente e não as enxergamos.
Sei finalmente que não vemos tudo o que os olhos mostram, vemos apenas o que queremos ver.
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