terça-feira, 29 de setembro de 2009

O CIRCO E A FALTA DO PÃO

Duas referências que evidenciam algumas das características marcantes do nosso país. Sendo de natureza bem diferente ambas sustentam a imprescindível e urgente mudança. A primeira nota, menos relevante mas curiosa para registar que no âmbito da campanha eleitoral para as autárquicas, o mítico Major Valentim Loureiro que contra tudo o que a decência, o pudor e a ética aconselham, continua em acção, boa acção, aliás. Desta vez, arrumados os electrodomésticos e as viagens de avião, o Major aproveita o concerto de Tony Carreira organizado pela autarquia para distribuir pessoalmente bilhetes para o concerto às muitas pessoas que se dirigem ao seu gabinete e revelam a sua aprovação pelo gesto simpático. Esta mudança do Major, da economia para a “cultura”, é caracterizada pela oposição como a “sul-americanização absoluta” da política. Lamentavelmente, qualquer de nós vai encolher os ombros de indiferença e pensar algo como, “coisas do Major”. É o Portugal dos Pequeninos no seu melhor.
A outra referência, com implicações bem mais significativas, remete para um estudo sobre os sistemas de saúde que nos colocam em 25º lugar entre 33 países europeus comparados. O estudo contempla várias dimensões sendo que os piores resultados do nosso sistema se verificam no acesso a consultas de especialidade, no acesso a médico de família e o tempo de espera para cirurgias.
Estas duas referência ilustram, creio, o muito por onde precisamos de caminhar, a requalificação da nossa vida política, uma espécie de Programa Polis político, e a imperativa necessidade de melhorar áreas essenciais da vida da comunidade, neste caso a saúde, mas também a educação, a justiça e a segurança social.

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