Era uma vez um homem chamado Diferido. Tinha uma forma muito curiosa de funcionar e sempre assim tinha sido. Nunca respondia directamente ao que lhe perguntavam. Enredava-se em desculpas, discursos de divagação e raramente conseguia alinhar uma resposta no momento em que era interpelado. As pessoas não percebiam mas ele assustava-se com a ideia de agir de imediato, era tremendamente inseguro. Nas tarefas que tinha de executar assumia o mesmo estilo. O Diferido fazia sempre os possíveis e os impossíveis para não fazer imediatamente o que lhe era solicitado. Já na escola, em miúdo, assim procedia, o trabalho aparecia feito, umas vezes melhor, outras vezes pior, mas sempre depois da altura pedida. Os professores bem insistiam mas o Diferido, por insegurança, preferia, sempre que possível, fazer as suas tarefas lá num canto e só depois aparecia com elas realizadas.
O Diferido não era assim muito bem entendido por aqueles que o conheciam. Achavam que ele não se organizava bem para o que fosse necessário, nunca dava respostas na altura certa, aparecia sempre tarde, etc.
Um dia, pela primeira vez, esteve presente no tempo certo, com a tarefa cumprida e com as respostas dadas. Não conseguiu escapar, como quase sempre tinha acontecido.
Os poucos presentes estranharam. Foi um funeral discreto.
O Diferido não era assim muito bem entendido por aqueles que o conheciam. Achavam que ele não se organizava bem para o que fosse necessário, nunca dava respostas na altura certa, aparecia sempre tarde, etc.
Um dia, pela primeira vez, esteve presente no tempo certo, com a tarefa cumprida e com as respostas dadas. Não conseguiu escapar, como quase sempre tinha acontecido.
Os poucos presentes estranharam. Foi um funeral discreto.
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