sábado, 12 de setembro de 2009

POSTAL FELIZ

Peço desculpa do tom excessivamente pessoal deste texto mas não posso deixar de partilhar convosco duas ou três notas e sublinho que não vos quero fazer inveja.
Para começar o dia, um passeio pedestre a começar na Pedra Bela com a minha companheira de estrada e um amigo de sempre, militante fundamentalista pela causa do Parque Nacional Peneda Gerês e bom conhecedor dos trilhos e tesouros do Parque, o bracarense Fernando. Como alguns saberão, o Parque do Gerês é daqueles cenários que não tem tempo privilegiado para ser bonito, é sempre, hoje também.
Uns quilómetros de caminhada constituem o melhor dos pretextos para um petisco e teve que ser. Num aconchegado restaurante em Vessadas, perto da Caniçada, com gente simpática, conhecida do Fernando, claro, tropeçámos com um cabrito assado com batata também assada e grelos salteados que só por pudor não vos digo que estava divinal, oops, já disse, desculpem, é que estava só excelente. Depois do almoço comprido, por causa das lérias, expressão que vem lá do meu Alentejo, uma passagem por S. Bento da Porta Aberta para trazer a inevitável e pesada broa, melão para o jantar e umas castanhas com um convidativo aspecto compradas ao Rui e ao João, antigos alunos do Fernando. Há alguns anos ensinou mundos aos miúdos de S. Bento numa escola, em que, para além das letras e dos números, havia grupos de alunos atentos ao lixo e aos fogos e outros responsáveis por alimentar os pássaros que visitavam a escola, mesmo durante as férias.
No regresso ao Campo do Gerês umas cervejas geladas e mais umas lérias. Pronto, vou acabar, renovo o pedido de desculpas, mas como nos tempos que correm não temos muitas oportunidades de nos sentirmos bem, não podia deixar de dizer para fora, hoje senti-me bem.
Acho que nem sou capaz de assistir ao debate entre o delicado Sócrates e a virtuosa Manuela.

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