A partir de amanhã é a sério. Começa a escola. Cerca de um milhão e meio de alunos vão iniciar a lida.
Para uns será a primeira vez da escola, mesmo escola. Destes alguns chegarão assustados, não conhecem professores e colegas, o espaço é novo, as rotinas são outras e vão começar a sentir aquilo que os adultos lhe prometeram nas férias, “a partir de agora, acabou-se a brincadeira, nesta escola tens de trabalhar, tens que aprender, tem que estar calado, tens que estar sentado, tens que te portar bem, tens que …, tens que …, etc”. Podem ser demasiados “tens que” para quem tem seis anos e às vezes não tem a certeza se é capaz de fazer bem aquilo tudo que lhe dizem que deve. De tal modo se assustam que até, de mansinho, procuram não fazer o que lhes é pedido, assim não correm o risco de falhar, têm medo. É preciso ler os miúdos e perceber se falta um aconchego. E o melhor aconchego é ajudar a que se sintam bem na sua escola. É preciso dar-lhes algum tempo para que também eles leiam a escola e se sintam em casa. Como ainda não sabem ler, pode não ser fácil.
Alguns outros voltam a algo de que não gostam e onde não se sentem bem. O novo ano não traz novidade, às vezes até estão a repetir, não traz descoberta, começa-se com o cansaço já instalado. Estes alunos não são estudantes, são os escolantes, os que só vão à escola porque lá estão os amigos. Mais um empurrãozinho e nem isso os atrairá. É preciso agarrá-los e, estranhamente para alguns adultos, eles querem ser agarrados, muitas vezes não percebemos que eles estão a fugir para a frente, cheios de medo também.
Finalmente, a maioria dos que regressam, fazem-no de forma tranquila, têm as rotinas instaladas e o ano vai correr com maior ou menor dificuldade, mas com final feliz.
É isso que gostava que acontecesse a toda esta gente que agora começa mais um capítulo da sua história, um final feliz neste entretanto.
Para uns será a primeira vez da escola, mesmo escola. Destes alguns chegarão assustados, não conhecem professores e colegas, o espaço é novo, as rotinas são outras e vão começar a sentir aquilo que os adultos lhe prometeram nas férias, “a partir de agora, acabou-se a brincadeira, nesta escola tens de trabalhar, tens que aprender, tem que estar calado, tens que estar sentado, tens que te portar bem, tens que …, tens que …, etc”. Podem ser demasiados “tens que” para quem tem seis anos e às vezes não tem a certeza se é capaz de fazer bem aquilo tudo que lhe dizem que deve. De tal modo se assustam que até, de mansinho, procuram não fazer o que lhes é pedido, assim não correm o risco de falhar, têm medo. É preciso ler os miúdos e perceber se falta um aconchego. E o melhor aconchego é ajudar a que se sintam bem na sua escola. É preciso dar-lhes algum tempo para que também eles leiam a escola e se sintam em casa. Como ainda não sabem ler, pode não ser fácil.
Alguns outros voltam a algo de que não gostam e onde não se sentem bem. O novo ano não traz novidade, às vezes até estão a repetir, não traz descoberta, começa-se com o cansaço já instalado. Estes alunos não são estudantes, são os escolantes, os que só vão à escola porque lá estão os amigos. Mais um empurrãozinho e nem isso os atrairá. É preciso agarrá-los e, estranhamente para alguns adultos, eles querem ser agarrados, muitas vezes não percebemos que eles estão a fugir para a frente, cheios de medo também.
Finalmente, a maioria dos que regressam, fazem-no de forma tranquila, têm as rotinas instaladas e o ano vai correr com maior ou menor dificuldade, mas com final feliz.
É isso que gostava que acontecesse a toda esta gente que agora começa mais um capítulo da sua história, um final feliz neste entretanto.
3 comentários:
Como mãe dum aluno que vai recomeçar noutra escola, que vai precisar de tempo para "ler a escola" e se sentir em casa, agradeço o carinho com que o Sr. vê e lê estas crianças. Obrigada pelo prazer que me dá em lê-lo e saber que existe alguém que se interessa sinceramente pela criançada, deixa-me mais aconchegada.
Bem-haja.
Maria
Maria, agradeço a gentileza do seu comentário. Que tudo corra bem.
Eu já comecei a sério, ontem, como docente de Educação Especial. Confesso que estou um pouco assustada, receosa de falhar porque, embora tenha especialização, é o primeiro ano que trabalho nesta área e as condições de trabalho nem sempre são as ideais.
Tal como a cara Maria, também eu quero agradecer-lhe pelo prazer que me dá em lê-lo e saber o quanto se interessa pelas crianças.
Quantas vezes, encontro nas sábias palavras dos seus artigos, forças para continuar...
Bem-haja, professor!
Mariana Emídio
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