quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O MAGALHÃES A PATINAR

Com a campanha a dar as últimas e todos os concorrentes confiantes de que o povo português saberá decidir “em consciência”, ou seja, que vota neles, e que todos vão subir, é melhor não falar sobre esta matéria.
As águas têm-se agitado com a situação do Magalhães. Não se entende muito bem se continua a ser distribuído, pois existem alunos que ainda não receberam e entraram novos alunos para as escolas. Não se percebe se as dúvidas, que o ME não esclarece devidamente, radicam em questões de decisão política, parece que não, mas não é certo, ou se decorrem de questões económicas relativas ao acordo com as operadoras de comunicações móveis que, financiando a famosa Fundação das Comunicações Móveis, suportam a diferença entre os custos reais do programa e o pagamento de alunos e professores.
Esta situação é um bom exemplo do que não deve acontecer em política educativa. Como aqui disse várias vezes sou dos que defende a iniciativa de fazer chegar a todos os alunos ferramentas informáticas. Discordo em absoluto da propaganda montada em torno do Magalhães, acho que não foi suficientemente acautelada a formação dos professores para a sua utilização no contexto educativo e de sala de aula, tenho sérias reservas ao negócio montado com a empresa fornecedora, mas continuo a achar que é bom promover e facilitar o acesso de todos a estas ferramentas.
Sendo óbvio que o ME considera fundamental esta iniciativa, não se entende que o seu desenvolvimento não esteja devidamente planeado e que surjam estas dúvidas que acabam por cair, como sempre, na agenda política e a ser objecto da partidarização dos interesses criando ruído e dúvidas desnecessárias com impacto negativo. Definir políticas, também em educação, é, de certa forma, antecipar o caminho para o futuro, não é “faz-se agora e amanhã logo se vê”.

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