Regularmente são produzidos trabalhos centrados no desemprego entre os jovens e a sua relação com o nível de qualificação. Na imprensa, de uma forma geral, os títulos destas peças são construídos, não acredito que intencionalmente, induzindo a ideia de que “não vale a pena estudar”, pois está-se “condenado” ao desemprego o que, naturalmente, passa a mensagem errada. Já por aqui tenho referido a esta questão e hoje, a propósito do Relatório Education at a Gance da OCDE e do trabalho no Público, creio que se justificam algumas notas.
O Relatório diz-nos que o desemprego entre jovens licenciados em Portugal é mais alto que noutros países, certo, mas entre os jovens não qualificados, menos que o secundário, também é. Aliás, o relatório mostra que ter o secundário completo reduz em 6.7% o risco de desemprego pelo que afirma “a ausência de secundário é um impedimento sério na obtenção de emprego”. Donde, a questão não está na qualificação mas, pelo contrário, na sua ausência.
Por outro lado, dados sobre o mercado de trabalho em Portugal mostram que um licenciado ganha, em média, significativamente acima de um não licenciado e, também em termos médios, demora menos tempo a encontrar emprego.
Neste contexto colocam-se duas questões que me parecem pertinentes. Em primeiro lugar a dificuldade de absorção de mão-de-obra qualificada é uma consequência do nível de desenvolvimento do país, Quanto mais elevado for maior é a exigência de qualificação das pessoas. Assim sendo, o caminho é assumir políticas sérias e eficazes de desenvolvimento e não produzir discursos que possam sugerir a dispensa de níveis de qualificação mais elevados.
A segunda questão remete para os percursos de qualificação. Embora nos últimos anos se assista a mudanças significativas, a qualificação em Portugal esteve durante demasiado tempo centrada na formação no ensino superior, ou seja, o ensino básico e o ensino secundário pareciam ter como função essencial preparar (mal) o jovem para entrar no ensino superior, sobretudo universitário. Além disso, por demissão da tutela com base na autonomia universitária, verifica-se uma completa desregulação da oferta de formação e da sua qualidade. Actualmente, e bem, criou-se uma oferta bastante mais diversificada ao nível do secundário possibilitando a muitas jovens completar este nível de ensino com competências profissionais. Também ao nível do ensino superior com o trabalho no âmbito do ensino politécnico se criam condições para processos de qualificação mais curtos e mais diversificados.
Por isto tudo, entendo que sempre que se abordam estas questões, desemprego entre os jovens, não se pode, de forma alguma, possibilitar que a ideia “talvez não valha a pena estudar” se instale em jovens e famílias.
O Relatório diz-nos que o desemprego entre jovens licenciados em Portugal é mais alto que noutros países, certo, mas entre os jovens não qualificados, menos que o secundário, também é. Aliás, o relatório mostra que ter o secundário completo reduz em 6.7% o risco de desemprego pelo que afirma “a ausência de secundário é um impedimento sério na obtenção de emprego”. Donde, a questão não está na qualificação mas, pelo contrário, na sua ausência.
Por outro lado, dados sobre o mercado de trabalho em Portugal mostram que um licenciado ganha, em média, significativamente acima de um não licenciado e, também em termos médios, demora menos tempo a encontrar emprego.
Neste contexto colocam-se duas questões que me parecem pertinentes. Em primeiro lugar a dificuldade de absorção de mão-de-obra qualificada é uma consequência do nível de desenvolvimento do país, Quanto mais elevado for maior é a exigência de qualificação das pessoas. Assim sendo, o caminho é assumir políticas sérias e eficazes de desenvolvimento e não produzir discursos que possam sugerir a dispensa de níveis de qualificação mais elevados.
A segunda questão remete para os percursos de qualificação. Embora nos últimos anos se assista a mudanças significativas, a qualificação em Portugal esteve durante demasiado tempo centrada na formação no ensino superior, ou seja, o ensino básico e o ensino secundário pareciam ter como função essencial preparar (mal) o jovem para entrar no ensino superior, sobretudo universitário. Além disso, por demissão da tutela com base na autonomia universitária, verifica-se uma completa desregulação da oferta de formação e da sua qualidade. Actualmente, e bem, criou-se uma oferta bastante mais diversificada ao nível do secundário possibilitando a muitas jovens completar este nível de ensino com competências profissionais. Também ao nível do ensino superior com o trabalho no âmbito do ensino politécnico se criam condições para processos de qualificação mais curtos e mais diversificados.
Por isto tudo, entendo que sempre que se abordam estas questões, desemprego entre os jovens, não se pode, de forma alguma, possibilitar que a ideia “talvez não valha a pena estudar” se instale em jovens e famílias.
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