Numa das maiores rotundas da minha terra, sim também temos muitas rotundas, foi instalado um conjunto escultórico de grandes dimensões dedicado à construção naval, uma das actividade emblemáticas do concelho de Almada, com o extinto estaleiro da Parry & Son, do Arsenal do Alfeite, ao que parece em vias de extinção e da mais recente Lisnave, também em maus lençóis.
Na minha família, o meu pai como serralheiro, o meu sogro como caldeireiro e vários tios, para além de muita gente conhecida, foram operários da construção naval pelo que aquele monumento acorda ressonâncias e, mais do que isso, acho-o bonito. Um dos seus elementos de maior dimensão representa um barco no plano, aprendi desde miúdo que o plano é o local seco, não uma doca, inclinado, onde os barcos são construídos e reparados. Quando prontos procedia-se ao seu lançamento à água, partiam-se as cordas que seguravam o barco no plano e este deslizava, ganhava velocidade e entrava na água levantando um enorme cachão, ficava a flutuar ganhando a sua condição de barco.
Nos idos de 50 e 60 o meu pai tentava, por vezes, conseguia, com a conivência dos guardas que eu, miúdo, umas vezes só, outras com o meu primo, passasse o mítico Portão Verde para assistir ao lançamento de um barco.
Nem dormia, era algo que me impressionava e ainda hoje está bem vivo na memória, no lado das coisas mais bonitas que carrego na mochila já bem composta pela estrada andada.
Lamentavelmente, hoje na minha terra, estão acabar com os lançamentos dos barcos à água.
Na minha família, o meu pai como serralheiro, o meu sogro como caldeireiro e vários tios, para além de muita gente conhecida, foram operários da construção naval pelo que aquele monumento acorda ressonâncias e, mais do que isso, acho-o bonito. Um dos seus elementos de maior dimensão representa um barco no plano, aprendi desde miúdo que o plano é o local seco, não uma doca, inclinado, onde os barcos são construídos e reparados. Quando prontos procedia-se ao seu lançamento à água, partiam-se as cordas que seguravam o barco no plano e este deslizava, ganhava velocidade e entrava na água levantando um enorme cachão, ficava a flutuar ganhando a sua condição de barco.
Nos idos de 50 e 60 o meu pai tentava, por vezes, conseguia, com a conivência dos guardas que eu, miúdo, umas vezes só, outras com o meu primo, passasse o mítico Portão Verde para assistir ao lançamento de um barco.
Nem dormia, era algo que me impressionava e ainda hoje está bem vivo na memória, no lado das coisas mais bonitas que carrego na mochila já bem composta pela estrada andada.
Lamentavelmente, hoje na minha terra, estão acabar com os lançamentos dos barcos à água.
Parece que a minha terra, ela própria, anda à deriva.
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