Lamentavelmente, ao fazer-se um balanço da política educativa nesta legislatura, que tem, naturalmente aspectos positivos, não é possível considerar que os problemas surgidos e que desencadearam reacções fortíssimas por parte dos professores se tenham devido fundamentalmente a problemas de comunicação. Para além das incidências da agenda política de que procuram servir-se governo, oposição e sindicatos, sabemos todos como a questão da comunicação é importante e pode sempre ser mais eficaz mas as grandes questões levantadas prendem-se com a qualidade intrínseca das medidas, não com a forma como foram “comunicadas”, designadamente o estatuto da carreira docente e a avaliação. Continua a não haver nenhuma justificação plausível para dividir os professores em dois grupos, existem muitíssimas outras opções que salvaguardam uma carreira assente no mérito e na experiência. O mérito prende-se com a outra grande questão, a avaliação. Como é óbvio a avaliação de desempenho é uma ferramenta fundamental na promoção da qualidade e na defesa do mérito. Por isso, não pode ser o modelo completamente desajustado que o ME propôs e que, apertado pelas reacções, entrou numa espiral patética e incompreensível de simplificação chegando a coisa nenhuma.
De facto, não é uma questão de comunicação, é a substância, o conteúdo das medidas políticas. Toda a gente entendeu muito bem a legislação produzida. Por isso se percebe que é má. Ponto.
De facto, não é uma questão de comunicação, é a substância, o conteúdo das medidas políticas. Toda a gente entendeu muito bem a legislação produzida. Por isso se percebe que é má. Ponto.
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