Agora que a faina começou, rapidamente se evidenciarão as diferenças entre os alunos. Os que já andam há mais tempo na escola, são já conhecidos, carregam um passado que define o presente e prepara o futuro sem grandes oscilações. Quero dizer com isto que a generalidade dos que têm sido bons alunos, vão estar bem no presente e, muito provavelmente, terão também um futuro escolar de alguma tranquilidade, não estou a falar de facilidade. Por outro lado, os que carregam um passado de dificuldades, terão um presente com dificuldades e do ponto de vista escolar, talvez o futuro passe por uma qualquer alternativa que mascare o insucesso e, pelo menos, evite o abandono.
Mas é importante não esquecer que existem muitos milhares de crianças que estão a começar. Não têm história escolar mas têm história de vida e para muitos essa história de vida vai dar um contributo fortíssimo, embora não seja o único, para que as diferenças comecem rapidamente a emergir. Da forma como este processo decorrer dependerá se os que estão a entrar agora se integrarão no primeiro grupo que referi em cima, os que se diferenciam pelas características positivas, ou se cairão no segundo, os que se distinguem pela negativa.
Neste contexto, gostava de sublinhar a necessidade de contrariar um equívoco que, com alguma frequência, se instala na forma como a escola (os professores, alguns) vêem os alunos e que se pode resumir no enunciado, “não sabes, não és”, ou seja, confundir o saber com o ser. Dito por outras palavras é assim como se eu, por não saber falar alemão, se assumisse que não seria capaz de o fazer.
A esmagadora maioria dos alunos que experimentam dificuldades nas aprendizagens ou evidenciam problemas no seu comportamento são, obviamente, capazes de aprender e capazes de se comportar dentro dos limites e regras adequados.
Ajudá-los nisto é a grande e difícil tarefa da escola, dos professores. E tal como os miúdos, quase todos, são capazes, também os professores, quase todos, são capazes.
Mas é importante não esquecer que existem muitos milhares de crianças que estão a começar. Não têm história escolar mas têm história de vida e para muitos essa história de vida vai dar um contributo fortíssimo, embora não seja o único, para que as diferenças comecem rapidamente a emergir. Da forma como este processo decorrer dependerá se os que estão a entrar agora se integrarão no primeiro grupo que referi em cima, os que se diferenciam pelas características positivas, ou se cairão no segundo, os que se distinguem pela negativa.
Neste contexto, gostava de sublinhar a necessidade de contrariar um equívoco que, com alguma frequência, se instala na forma como a escola (os professores, alguns) vêem os alunos e que se pode resumir no enunciado, “não sabes, não és”, ou seja, confundir o saber com o ser. Dito por outras palavras é assim como se eu, por não saber falar alemão, se assumisse que não seria capaz de o fazer.
A esmagadora maioria dos alunos que experimentam dificuldades nas aprendizagens ou evidenciam problemas no seu comportamento são, obviamente, capazes de aprender e capazes de se comportar dentro dos limites e regras adequados.
Ajudá-los nisto é a grande e difícil tarefa da escola, dos professores. E tal como os miúdos, quase todos, são capazes, também os professores, quase todos, são capazes.
3 comentários:
Concordo com o professor. No entanto conheço um caso curioso que é este: F. tem 16 anos e é de uma inteligência enorme. Tem nota máxima a matemática e a português. Já escreveu um livro com 300s e muitas páginas que foi muito elogiado por um professor catedrático. Ano passado teve uma professora de português que, claramente, foi muito parcial na classificação dos testes prejudicando-lhe a média (ele quer entrar em medicina). Dados: F. não se consegue conter, "se for preciso" dizer a um colega que ele está errado, diz. "Se for preciso" dizer a um professor que ele (o professor) está errado, diz. Não é difícil perceber que tal comportamento lhe causa muitos dissabores com os colegas. Os professores parecem ser compreensivos, mas a tal professora de português parece estar a reagir, consciente ou não, de forma rancorosa - "achas que sabes mais do que eu...". Então parece haver, neste caso, um fenómeno paralelo ao "não sabes, não és" que eu chamaria "sabes demais, não és". O que fazer neste caso? É caso raro?
caro anónimo,
Muitos de nós, incluindo professores, não nos sentimos tranquilos quando temos à nossa frente gente a quem reconhecemos enormes capacidades ou saberes, torna-nos inseguros, sobretudo quando se trata de capacidades intelectuais. Nestas circunstâncias, por falta de maturidade e pela insegurança que refiro, algumas pessoas, caso de alguns professores, reagem com abusos de autoridade para assim mostrarem que "apesar de seres muito inteligente e saberes muito, não te esqueças quem manda sou eu". É uma prova de frqueza e não de autoridade. Dá para entender amigo?
Entendido.
Obrigado
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