A esperança voltou a sair à rua.
Adolescentes e jovens de muitos
mundos desta Terra que é única e está fortemente ameaçada vieram de novo para a
rua dizer que é preciso parar. Não temos alternativa a esta Terra e é nela que
tem de existir futuro para eles. Serão tão ingénuos como nós já fomos, serão tão utópicos como já fomos, serão
tão inexperientes como também já fomos, poderão ser manipulados como nós
continuamos a ser apesar de “realistas”, “informados” e “experientes” mas não poderão fazer o que nós fizemos, maltratar o mundo onde nos acolhemos. Também terão de lidar com o paternalismo, com a desvalorização e tentativas de ridicularização, com a crítica violenta das suas posições, atente-se nos discursos dirigidos à jovem Greta, com agendas escondidas, etc. Sejam bem vindos e bem vindas ao mundo que lhes estamos a legar
Por tudo isto continuo a pensar que as suas iniciativas são criticamente imprescindíveis e desejo muito que se tornem num movimento robusto de exigência e
promoção de mudança.
Muitas vezes, quando olho para os
meus netos, penso em que mundo estará lá mais para a frente à espera deles. Aquilo
que eu e a minha geração fizemos não é particularmente animador e chegámos a
pensar que tínhamos tudo nas nossas mãos.
Neste mundo mágico da avozice e
em múltiplas conversas com o Simão, seis anos de experiência de uma intensidade
iluminada, quando ele faz perguntas ou sugere respostas, ideias, planos,
actividades sem fim acrescenta com muita frequência, “é não é, avô?”. E o avô,
eu, encantado com a responsabilidade do “saber” securizante dos Velhos digo, “É
Simão, é assim, tudo bem”.
Um dia destes, provavelmente
daqui a algum tempo, talvez ele me questione, “Avô, eu e o meu irmão vamos ter
uma terra bonita para a gente viver. É, não é Avô?”. Terei de lhe responder,
“Acho que sim Simão, tu, o teu irmão e todos os miúdos do mundo vão ter uma
terra bonita para viver, mas terão ser vocês a cuidar dela e comecem já.”
Não se distraiam gente, terão que
ser vocês.
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