Nesta altura do ano, início das aulas, na imprensa são
múltiplas as referências relativas à educação escolar.
No I encontra-se uma peça curiosa com um título ele próprio indiciador
de como as questões do ensino são tantas vezes tratadas, “Escolas pelo mundo. Qual o melhor método de ensino?”
Parece-me dispensável afirmar a inexistência de qualquer resposta de natureza prescritiva sobre “o melhor método de ensino" em comunidades escolares marcadas por uma enorme diversidade. No entanto, parece-me de referir que são conhecidos alguns princípios estruturantes da práticas, modelos de organização curricular ou organização e funcionamento escolar que operacionalizados diferenciadamente atendendo à diversidade podem ser mais "amigáveis" para o sucesso do trabalho de alunos e professores.
Sobre o texto do I algumas notas.
Na peça são identificadas algumas características ou dimensões
de sistemas de ensino que estão bem cotados no âmbito do PISA (Programa
Internacional de Avaliação de Alunos promovido pela OCDE, em que também se
registam progressos dos alunos portugueses.
São referidos os casos de Singapura, Finlândia, Estónia, Japão e Taiwan,
todos nos dez primeiros lugares da avaliação.
Como características distintivas são referidas dimensões
como práticas pedagógicas, os exemplos referidos estão presentes nas escolas
portuguesas, a organização dos tempos e currículos, uma subvalorização dos TPC,
valorização da diversidade e autonomia dos alunos como promotora de
desenvolvimento para todos, etc.
No entanto, o que me surpreendeu mesmo foi saber,
desconhecia mesmo, que em Taiwan, “A partir do secundário, os militares são responsáveis pelo bom ambiente nos estabelecimentos escolares. Além das disciplinas normais, os alunos são obrigados a ter educação militar, que inclui cadeiras de defesa pessoal e de estratégia. Tanto os rapazes como as raparigas são ensinados a manusear armas e a atirar granadas.”
Será este o caminho para alimentar “o melhor método de ensino”?
Abordagens deste tipo nos dias que correm podem ser uma
tentação, mas nunca serão uma solução para educar e ensinar. Digo eu que não quero imaginar os meus netos a aprender a "manusear armas e atirar granadas" numa escola ainda que excelente.
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