Foram conhecidos os resultados do acesso ao ensino superior.
A maioria dos alunos foi colocada nos cursos que escolheram. Sublinho o
aumento de alunos inscritose alguma recuperação na escolha de cursos de formação de
professores. A colocação e as escolhas de curso assentam, naturalmente, nas
motivações dos candidatos e das suas expectativas face ao futuro e nos
constrangimentos e enviesamentos da oferta. Para os alunos não colocados na
primeira escolha teremos um risco acrescido de frustração e desmotivação que
pode levar à desistência e desmotivação, esperemos que corra bem.
Umas notas breves na linha do que aqui já tenho escrito.
Sou dos que entendem que cada um de nós deve poder escrever,
tanto quanto as circunstâncias o permitirem, a sua narrativa, cumprir o seu
sonho. Por outro lado, a vida também nos ensina que é preciso estar atento aos
contextos e às condições que os influenciam, sabendo ainda a volatilidade e
rapidez com que hoje em dia a vida acontece.
Nesta perspectiva, parece-me importante que um jovem,
sabendo o que a sua escolha representa, ou pode representar, nas actuais,
sublinho actuais, condições do mercado de trabalho, faça a sua escolha assente
na sua motivação ou no projecto de vida que gostava de viver e, então,
informar-se sobre opções, sobre as escolas e respectivos níveis de qualidade.
Por outro lado, é esta questão quero sublinhar, boa parte da
questão da empregabilidade, mesmo em situações de maior constrangimento,
relativiza-se à competência, este é o ponto fulcral.
Na verdade, o que frequentemente me inquieta é a ligeireza
com que algumas pessoas parecem encarar a sua formação superior, assumindo uma
atitude pouco "profissional", cumprem-se os serviços mínimos e depois
logo se vê. Têm sido mediatizados casos que elucidam deforma nítida este
entendimento, a formação não é um conjunto de saberes e competências, é um título
que se cola ao nome. A experiência faz-me contactar regularmente com atitudes
desta natureza.
Mesmo em áreas de mais baixa empregabilidade, ou assim
entendida, continuo a acreditar que, apesar dos maus exemplos que todos
conhecemos, a competência e a qualidade da formação e preparação para o
desempenho profissional, são a melhor ferramenta para entrar nesse
"longínquo" mercado de trabalho. Dito de outra maneira, maus
profissionais terão sempre mais dificuldades, esteja o mercado mais aberto ou
mais fechado.
Assim sendo, importa que o investimento, a preocupação com a
aprendizagem e a aquisição de saberes, competências e de princípios éticos e
deontológicos possam ser um desígnio. Este entendimento pode e deve coexistir com o
desenvolvimento de uma vida académica socialmente rica, divertida e fonte de
bem-estar e satisfação. É desejável resistir à tentação do facilitismo, do
passar não importa como, da fraude académica que constitui uma forte
preocupação, da competição desenfreada que inibem partilha, cooperação e apoio
para momentos menos bons.
O futuro vai começar dentro de momentos.
Boa sorte e boa viagem para todos os que vão iniciar agora
esta fase fundamental nas suas vidas.
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