quarta-feira, 18 de setembro de 2019

A ESCOLA FAZ A DIFERENÇA

Mais uma vez.
A escola, no seu sentido genérico, não tem responsabilidade directa por décadas de políticas urbanísticas, sociais, educativas, económicas que produzem exclusão e pobreza.
A escola, no seu sentido genérico, não tem responsabilidade directa na manutenção de estereótipos, preconceitos ou representações sociais sobre pessoas ou grupos.
No entanto, é pela escola que também passam as consequências deste cenário e as alterações positivas que desejamos que aconteçam.
Assim, não sendo por milagre, não sendo por acaso, não sendo por mistério, com recursos e visão a escola, cada escola, pode e deve fazer a diferença e contrariar o risco de insucesso que aguarda sobretudo as crianças nascidas no lado menos confortável da vida.
Apesar de todas as dificuldades são possíveis as boas práticas que merecem divulgação e reconhecimento.
Do meu ponto de vista, tantas vezes aqui afirmado, a questão central será a valorização da escola pública. Esta valorização deverá assentar em quatro eixos fundamentais, a qualidade considerando resultados, processos, autonomia e gestão optimizada de recursos, segundo eixo, qualidade para todos, a melhor forma de combater os mecanismos de exclusão e a desigualdade de entrada, terceiro eixo, diferenciação de metodologias, diferenciação progressiva e não prematura dos percursos de educação e formação e, quarto eixo, dispositivos de apoio oportunos suficientes e competentes às dificuldades de alunos e professores.
Este entendimento, do meu ponto de vista, não carece de uma cansativa retórica em torna da inovação e, muito menos, da revolução nas nossas escolas alimentada por uma nuvem de iniciativas e projectos que muitas vezes não têm potencial de mudança e alimentam pequenas ou grandes agendas.
Vem esta introdução a propósito de uma notícia divulgada pelo Público. No âmbito do projecto STEM School Label, financiado pela União Europeia que envolve uma rede de mais de mil estabelecimentos de ensino com trabalho relevante no ensino das Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (STEM na expressão em inglês), o agrupamento de Escolas de Alcanena foi a instituição melhor classificada. Mais cinco escolas nacionais receberam a segunda classificação de relevo, agrupamento de escolas Cidade do Entroncamento, Escola Secundária de Loulé, agrupamento de escolas de Odemira, Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil e Escola Profissional de Almada.
Bom trabalho!

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