Mais uma vez.
A escola, no seu sentido genérico, não tem responsabilidade
directa por décadas de políticas urbanísticas, sociais, educativas, económicas
que produzem exclusão e pobreza.
A escola, no seu sentido genérico, não tem responsabilidade
directa na manutenção de estereótipos, preconceitos ou representações sociais
sobre pessoas ou grupos.
No entanto, é pela escola que também passam as consequências
deste cenário e as alterações positivas que desejamos que aconteçam.
Assim, não sendo por milagre, não sendo por acaso, não sendo
por mistério, com recursos e visão a escola, cada escola, pode e deve fazer a
diferença e contrariar o risco de insucesso que aguarda sobretudo as crianças
nascidas no lado menos confortável da vida.
Apesar de todas as dificuldades são possíveis as boas
práticas que merecem divulgação e reconhecimento.
Do meu ponto de vista, tantas vezes aqui afirmado, a questão
central será a valorização da escola pública. Esta valorização deverá assentar
em quatro eixos fundamentais, a qualidade considerando resultados, processos,
autonomia e gestão optimizada de recursos, segundo eixo, qualidade para todos,
a melhor forma de combater os mecanismos de exclusão e a desigualdade de
entrada, terceiro eixo, diferenciação de metodologias, diferenciação
progressiva e não prematura dos percursos de educação e formação e, quarto
eixo, dispositivos de apoio oportunos suficientes e competentes às dificuldades
de alunos e professores.
Este entendimento, do meu ponto de vista, não carece de uma
cansativa retórica em torna da inovação e, muito menos, da revolução nas nossas
escolas alimentada por uma nuvem de iniciativas e projectos que muitas vezes não têm potencial de mudança e alimentam pequenas ou grandes agendas.
Vem esta introdução a propósito de uma notícia divulgada
pelo Público. No âmbito do projecto STEM School Label, financiado pela União
Europeia que envolve uma rede de mais de mil estabelecimentos de ensino com
trabalho relevante no ensino das Ciências, Tecnologias, Engenharias e
Matemática (STEM na expressão em inglês), o agrupamento de Escolas de Alcanena foi
a instituição melhor classificada. Mais cinco escolas nacionais receberam a
segunda classificação de relevo, agrupamento de escolas Cidade do
Entroncamento, Escola Secundária de Loulé, agrupamento de escolas de Odemira,
Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil e Escola
Profissional de Almada.
Bom trabalho!
Bom trabalho!
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