Peço desculpa mas ainda uma outra
reflexão neste dia de S. Valentim, o Dia dos Namorados.
As relações de namoro integram-se
naturalmente num universo que de forma simples podemos referir como sexualidade
e constituem um padrão de comportamento que apesar de sujeito a diferenças
culturais ou de outra natureza é … de toda a gente.
No entanto, existe um grupo de
pessoas para as quais a questão do namoro e da sexualidade nem sempre é
devidamente valorizada e considerada pela comunidade alargada, as pessoas com
deficiência.
Trata-se de uma questão muito
importante, respeitante a direitos, qualidade de vida e felicidade.
É fundamental o conhecimento e a
reflexão sobre estas matérias apesar da sua enorme complexidade, que, aliás, as
pessoas mais próximas dos problemas, pais, técnicos e as próprias pessoas,
reconhecem.
É certo que para muitos de nós os
problemas que afectam as minorias são … problemas minoritários pelo que não nos
afectam. No entanto, como tantas vezes afirmo, os níveis de desenvolvimento de
uma sociedade também se aferem pela forma como lida com os problemas de grupos
sociais minoritários.
Assim, a reflexão e conhecimento
mais alargado sobre estas questões são desde logo um contributo para combater
um enorme equívoco instalado, sexualidade na deficiência não é a mesma coisa
que deficiência na sexualidade.
A experiência e alguns estudos
dizem-me que este equívoco está também presente em discursos e atitudes de
famílias e técnicos para além da comunidade em geral.
É uma questão complexa, no caso
das pessoas com deficiência cognitiva mais severa pode colocar-se a questão da
autodeterminação e do risco de abuso, por exemplo, sendo muito contaminada
pelos valores dos indivíduos, dos técnicos e das famílias incluindo,
naturalmente, as das pessoas com deficiência, quer relativos à sexualidade,
quer relativos à vida e direitos das pessoas com deficiência. Aliás, com
demasiada frequência parece esquecer-se que muitos dos problemas que as pessoas
com deficiência e as suas famílias sentem, não são matérias de opção, são
matéria de direitos.
Acresce ainda que em muitas
circunstâncias é uma matéria da qual "se foge" pois subsistem as
dúvidas sobre o que pensar, como agir ou atitudes a adoptar
Fica esta nota para que não nos esqueçamos.
Fica esta nota para que não nos esqueçamos.
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