Confirma-se a intenção anunciada
pelo Governo, as vagas nas instituições de ensino superior de Lisboa e Porto vão diminuir 5% com o objectivo de manter os estudantes nos estabelecimentos de
regiões mais periféricas. A restante rede de ensino superior pode aumentar
também em 5% a oferta privilegiando as áreas das ciências da vida, física,
matemática, informática e engenharias.
Não vejo como este objectivo possa
ser cumprido através desta medida. Os modelos de desenvolvimento das últimas
décadas desertificaram o interior praticando políticas públicas sectoriais que
centralizaram o país. Os estudantes ficam nas regiões onde finalizam o
secundário se tiverem boas instituições de ensino superior e, sobretudo, a
possibilidade de aí construírem projectos de vida pessoais, profissionais e
familiares com qualidade. Isso obriga a alterar modelos de desenvolvimento e a
desenvolver outras políticas.
Não passa por acreditar ingenuamente
que se um estudante não “couber” numa universidade ou politécnico em Lisboa ou
Porto ele vai voltar para o seu distrito e a fazer aí a sua formação para
depois … sair à procura de futuro. Não, muito provavelmente vai candidatar-se a
outra instituição pública ou privada para fazer a sua formação no contexto em que pensa que estará o seu
futuro.
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