Na habitual viagem pela imprensa
online deparei-me com uma notícia curiosa, um professor de uma universidade
americana permitiu que uma aluna levasse para a aula o filho pois não tinha com
quem o deixar e não queria faltar.
Como sabem, uma das vantagens de
ser velho é ter histórias para contar e este relato recordou-me um episódio de
há alguns anos.
Uma aluna minha de uma turma
pós-laboral quando eu entrava na sala estava com o filho, gaiato de uns oito
anos, e pediu-me se se ele podia estar na sala pois também ela não queria
faltar e não o quis deixar sozinho em casa.
Acedi e o miúdo sentou-se com uns
materiais a ler e a desenhar.
Passado uns minutos reparei que
estava com ar “cansado”, o que raramente acontece a uma criança numa sala de
aulas e, neste caso particular, numa aula de ensino superior que apesar de se
centrar na educação não lhe era dirigida.
Lembrei-me de lhe perguntar se me
podia ajudar na gestão da projecção dos slides. Respondeu afirmativamente, sentou-se na minha mesa
e mudava o slide sempre que lhe podia. Durante o resto da aula foi de uma
eficiência sem falhas, mudando, recuando quando se tornava necessário e … éramos uma equipa afinada.
Despedimo-nos e na aula seguinte procurando saber se a criança tinha "recuperado" da experiência, disse-me a mãe:
“Gostou e sabe que mais? O meu filho disse-me que queria
ser professor”.
Não sei se será essa a sua
estrada mas é uma estrada muito bonita. Tem dias como aquele.
1 comentário:
É, amigo José, quem é idoso (não velho) tem histórias para contar. E, sendo tu um idoso, contaste uma história deliciosa. Mas quero dizer-te que a notícia que vem dos Estados Unidos não constitui novidade. Isso é algo comum no Paraná (Brasil), por exemplo. A Universidade tem espaços onde os filhos de professores e de alunos, desde tenra idade, acompanham os seus pais e estão na escola. Sem aula, claro!...
Abraço fraterno!
José
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