terça-feira, 29 de maio de 2018

DA EUTANÁSIA, UMA IDEIA SIMPLES COMO EXIGEM AS QUESTÕES COMPLEXAS


A discussão sobre a questão da morte assistida ou eutanásia, tal como aconteceu com a interrupção voluntária da gravidez, está contaminada, do meu ponto, de vista por um pecado original.
Discute-se se somos contra ou a favor da eutanásia tal como se discutia se se era contra ou a favor do aborto.
Os termos da discussão deveriam sempre ser colocados na posição contra ou a favor  da descriminalização do processo de morte assistida nas condições reguladas e definidas legalmente.
Considerando valores individuais posso recorrer, ou não, a este processo, Acho que não devo impedir que alguém, insisto, dentro das condições definidas e  com a maior regulação o possa escolher.
Tal como entender que não deveria ser criminalizada a mulher que dentro das condições estabelecidas e de forma regulada recorresse à interrupção voluntária da gravidez. Isto não tem nada a ver com “ser contra ou a favor do aborto”.
Com a aprovação desta lei não se abriu a anunciada “Caixa de Pandora”, não subiram os casos de IVG, antes pelo contrário, desceram e baixaram significativamente os problemas decorrentes deste processo existentes com a situação anterior, designadamente as graves ou fatais complicações de saúde.
Também da eventual despenalização da morte assistida creio que não virá o caos e o terror anunciados num argumentário que, em muitos casos, insulta a inteligência e a sensibilidade.
Não sei o que será o meu entendimento pessoal se e quando estiver em circunstâncias críticas, imagino que quererei serenidade e dignidade.
Mas sei que não devo impedir ninguém de recorrer à morte assistida sem que daí decorra um crime praticado por alguém.
É uma decisão individual, que se aplica no ãmbito dos direitos individuais, nunca de um grupo político, de uma religião ou de uma corporação profissional. Nenhum é dono da autodeterminação, autonomia, da cidadania.
É simples.

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