O Público decidiu criar um dispositivo de leitura prévia dos comentários on-line na sua página. Este dispositivo constituído por um grupo de pessoas decidirá sobre a publicação, ou não, do documentário.
Propositadamente, estou a escrever estas notas sem ter lido qualquer comentário on-line a esta decisão do jornal.
Em primeiro lugar e como é óbvio, fazer um exame prévio e decidir sobre a divulgação é a instituição de censura. Deste ponto de vista é, no mínimo, discutível se a censura a um comentário não colide com um direito, a liberdade de opinião. Entendo que o risco pode estar presente e que temos que ser cautelosos na gestão e transparência dos critérios a utilizar no exame.
Por outro lado, como frequentador habitual da imprensa on-line e participante na emissão de opiniões e comentários que me parecem enriquecedores da participação e reflexão cívicas, sinto-me diariamente embaraçado com a alarvidade, a boçalidade e a ausência de qualquer conjunto de princípios básicos de tolerância e capacidade de discussão evidenciadas em muitas das participações em todos os órgãos de comunicação. O insulto eticamente obsceno, a ignorância, o sectarismo cego mostram o lado pior de alguns nós. A utilização sistemática do anonimato e do “nick” que mascaram identidades, tornam “corajosos” meia dúzia, um pouco mais, de terroristas verbais que nas mais das vezes nem resposta merecem.
Neste contexto, entendo a decisão agora tomada pelo Público. No entanto, precisamos de estar atentos aos critérios de decisão sobre a publicação ou não dos comentários e, sobretudo, que esses critérios não se coloquem ao serviço de outras agendas.
Finalmente, talvez fosse de considerar, sou um optimista, que o exame prévio possa contribuir de forma pedagógica para um incremento da maturidade cívica e das formas de relação entre as pessoas, pelo que se deveria admitir que a prazo voltasse a desaparecer a censura agora instituída.
3 comentários:
vc está errado, veja o El Pais q foi um jornal q prestou em alguma época hoje não dá nem 10% dos assuntos para comentários dos leitores, define o q podem ou não comentar sem consultar-los, outros como o Correio da Manhã limitaram a menos q o Twitter o tamanho do comentário q e em determinados assunto q têm interesses (exemplo, presidenciais do Brasil em q exibia simpatia pela oposição e produzia matérias pouco isentas contra o governo e sua candidata) não deixava nem q entrassem comentarios neutros quanto mais os de opinião contrária, e óbvio não estou falar de baixarias e ofensas mas simplesmente de opiniões diferentes! Embora a mudança fosse prometida para dia 5, hoje dia 4 já estãos 'segurando' os comentário e por coincidência ou talvez sinal do q vem por aí, só estão entrando os comentarios dos q apoiam a medida do Público. Sem falr q vão utlizar 20 pessoas para a tal moderação, 20 pessoas q eu suponho sejam minimamente preparados q poderiam ser utilizadas para melhorar a qualidade do jornal on line q anda sofrível, conteúdos estagnados q ficam dias sem ser renovados, assuntos q se repetem em duas editorias diferentes para tapar buracos, há dias q não há nada para se ler, 20 pessoas poderiam usar seu tempo para vasculhar a internet e produzir conteúdo bem melhor q o atual com o consequente aumento no número de leitores q nãoq uerem ter q vasculhar a rede para se informar! Mas se ficar ruim basta q todos sumam pq aí terão q mudar, foi assim com o El Pais quando cismou de cobrar e os leitores não aceitaram! A verdade é q os jornais não sabem lidar com as opiniões dos leitores e partem para o mais fácil q é a censura, receita aliás bem antiga e muito admirada por ditaduras de todo o mundo e de todo o espectro político!
Como vê, opiniões diferentes podem coexistir. Os riscos da censura, tal como escrevi, exigem que sejam conhecidos os critérios de apreciação. Como diz, ao leitor, restará sempre deixar de ser leitor.
Agora está melhor , não há comentários . A censura dá nisto .
Enviar um comentário