Todos nós conhecemos pessoas e instituições que têm um estilo de funcionamento muito particular. Mostram um comportamento altamente dinâmico, parecem sempre em movimento, sempre focadas em algo de super-importante, sempre envolvidas em complexos processos de decisão, sempre a congeminar projectos fundamentais. Quando procuramos perceber o resultado desta hiper-actividade chegamos com alguma perplexidade à conclusão de que é pouco mais que zero.
Todo o movimento e dinâmica que observamos não produz resultados, é ineficaz embora mascarada com um enorme volume de trabalho, preocupações, discursos, etc.
Costumo descrever este cenário como uma "agitação improdutiva", ou seja, vemos pessoas permanentemente a agitarem-se de um lado para o outro, em discursos e reuniões contínuas, com imensos dossiers de baixo do braço, mas nada de produtividade.
Serve esta introdução para expressar a preocupação de que a situação política em que entramos possa vir a configurar um cenário de agitação improdutiva. Em Portugal é habitual que a actuação dos partidos se organize mais em função dos seus interesses e de interesses corporativos do que a pensar no bem comum. A partidocracia é dona, ou quer ser dona, da vida cívica, económica, social e cultural do país.
Assim sendo, temo que possamos assistir a um período de intensa agitação, com discursos e promessas para todos os gostos e a uma campanha eleitoral de baixo nível, pouco virada para o futuro próximo e para as reais e complexas questões que condicionam a vida da grande maioria de nós. Temo que finalmente o resultado de todo este processo seja "mais do mesmo".
No entanto, mantendo algum optimismo, quero que acreditar que por uma vez a agitação seja produtiva.
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