A mais recente fonte de crispação no universo da educação prende-se com a alteração do modelo de entendimento do que são horas extraordinárias no trabalho dos professores e o início de uma greve à realização dessas horas como reacção às decisões do ME. De acordo com o Estatuto da Carreira Docente a razão parece estar do lado dos professores o que não significa que as disposições nesse Estatuto sejam as mais ajustadas o que remeteria para outra conversa.
A minha nota é de outra natureza, não acredito numa greve às horas extraordinárias.
Os bons professores, a esmagadora maioria, tal como os pais, dificilmente escapa às horas extraordinárias mesmo que se decrete em greve. Os bons professores, tal como os pais, têm sempre os alunos, os filhos, “perto” de si, ou seja, não lhes é fácil libertarem-se da inquietação que sentem com o bem-estar dos miúdos e com a qualidade do trabalho.
Em situações informais em que algum ou alguns professores estejam presentes é muito frequente que a conversa, mais ou menos rapidamente, se direccione para as questões da vida dos miúdos e da escola.
Não raramente, este envolvimento de muitos professores, horas extraordinárias por assim dizer, tem implicações na sua vida pessoal e familiar que muitos entendem ser “ossos do ofício”.
Por isso, não acredito quando os professores dizem estar em greve às horas extraordinárias. É provável que deixem de realizar algumas tarefas que lhes exijam mas, no fundo, no fundo, as horas dos bons professores são sempre extraordinárias. E não estão sujeitas a greve.
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