quarta-feira, 16 de março de 2011

NÃO HÁ REMÉDIO.TEM QUE HAVER

Parece que não vai concretizar-se a anunciada descida do preço dos medicamentos embora pareça confirmar-se a poupança do estado nos gastos com fármacos.
A Ministra da Saúde e o Secretário de Estado também não deram garantias de que se não venha a reduzir a comparticipação do estado no preço dos medicamentos aumentando, portanto, a parte suportada pelo cidadão.
Portugal é um dos países com taxas mais elevadas de consumo de fármacos, quer através da auto-medicação um costume enraizado com base nos conselhos do vizinho, quer através de um excesso de prescrição por parte do corpo clínico. Assim sendo, até numa tentativa de prevenir este excesso de consumo, parece razoável que se combata tal comportamento evitando, também, gasto inútil de recursos.
No entanto, parece também necessário não esquecer que em Portugal temos mais de um quinto da população em risco de pobreza sendo que dessa franja, boa parte é a população mais idosa que além dos menores recursos económicos é também a maior consumidora de fármacos.
Neste quadro, o abaixamento das comparticipações ou mesmo o desaparecimento da comparticipação como tem acontecido, bem como a manutenção do preço excessivamente elevado de alguns outros medicamentos leva a que mesmo nos casos necessários muita gente faça contas e não adquira o medicamento de que precisa. Sabemos todos dos exemplos de muitas pessoas que entram na farmácia procuram o preço do “avio” das receitas e aconselham-se com os técnicos das farmácias sobre os medicamentos que levam “desta vez”, deixando os outros para a pensão que vem, se der, é claro.
Não podemos pois decretar administrativamente que não há remédio, tem que haver remédio. O necessário, como é óbvio.

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