Há algumas semanas veio a lume a informação de que um grupo de trabalho criado para proceder ao levantamento dos bens culturais imateriais, não tinha funcionado e custou mais de 200 000 € durante um ano. Na altura referi-me à imaterial responsabilidade, funcionamento habitual entre nós.
No Público de hoje noticia-se o roubo de cerca de 2000 azulejos seiscentistas de uma capela integrada no Palácio da Flamenga, no concelho de Vila Franca de Xira, cuja tutela tem variado e que se encontra desocupado.
O fenómeno de roubo do património material é recorrente, atinge todo o país e alimentará certamente um nicho de mercado bastante lucrativo e que parece ser de dimensão internacional.
A forma negligente como (des)cuidamos do nosso património não pode ser justificada pela crise e falta de meios. A questão central remete mais para as medidas de política e as prioridades definidas do que para os meios. O património cuidado, restaurado pode ser uma fonte de receita após o financiamento da recuperação e restauro ou apenas de manutenção. O próprio restauro e manutenção é gerador de emprego e o mecenato bem enquadrado pode constituir-se como fonte de captura de meios que possibilitem mais e melhor intervenção.
Grave mesmo é assistir sem sobressaltos, como agora se diz, à evaporação do nosso património e à perda de bens, muitas vezes de altíssimo valor.
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