terça-feira, 8 de março de 2011

O EQUÍVOCO DA LEALDADE

Duas notícias notáveis hoje no Público sobre o universo da educação. A primeira que justificou um texto específico remete para o resultado de uma avaliação "externa" que conclui que o ensino especial está melhor.
A segunda, de outra natureza mas igualmente grave, remete para a demissão pela Comissária, perdão pela Directora Regional de Educação do Centro, do Coordenador das Equipas de Apoio às Escolas. A razão da demissão prende-se com o ter assinado, na sua condição de professor da Escola Secundária de Infanta D. Maria, um documento contra o modelo de avaliação de professores. A decisão, lembrando o estilo da Comissária Moreira, de serviço há algum tempo na DREN é fundamentada por uma suposta quebra de lealdade.
Mais uma vez estamos em presença de um enorme equívoco, lealdade institucional é algo de definível no plano ético e não no plano da fidelidade canina a His Master´s Voice que inibe a opinião e o pensamento crítico. O professor demitido tem tido, reconhecidamente, um desempenho de excelência no apoio às escolas. Tal desempenho nunca poderia ser avaliado como excelente se eticamente não fosse leal à política educativa em curso. No entanto e com é óbvio, tal lealdade não invalida, não pode e não deve invalidar, uma pensamento crítico que, lealmente é conhecido e assumido.
A demissão por delito de opinião por parte da Comissária responsável pela DREC, mostra como o controlo politico do sistema educativo é de uma apetência que faz esquecer princípios éticos fundamentais.

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