O I de hoje faz uma referência ao Relatório de 2010 da Acção de Saúde para Crianças e Jovens em Risco da Direcção-Geral de Saúde informando que foram detectados 3551 casos de maus-tratos, cerca de 10 por dia, considerando apenas os casos identificados.
Este dados recordaram-me algumas notas aqui deixadas há algum tempo sobre a vida dos miúdos utilizando uma terminologia que entrou recentemente no nosso quotidiano. os testes de stress realizados à banca que, ao que parece, resistiu positivamente.
Se a realização de testes de stress à banca é algo de pouco conhecido a vida de muita gente, em particular dos miúdos e adolescentes, é um contínuo teste de stress.
Muitos miúdos passam o dia a saltitar entre actividades e a correr de espaço para espaço sem tempo para respirar.
Muitos miúdos vivem em famílias que experimentam tremendas dificuldades em assegurar patamares mínimos de bem-estar e qualidade de vida.
Muitas crianças são vítimas de maus-tratos e negligência que transforma a sua vida num inferno inaceitável.
Muitos miúdos e adolescentes são fortemente pressionados pelas famílias para a excelência do desempenho vivendo angustiadas perante o risco do fracasso e de se sentirem responsáveis por expectativas familiares defraudadas.
Muitos miúdos e adolescentes vivem em ambientes afectivamente hostis, ameaçadores da sua auto-estima e confiança quando não vitimizados pela fragilidade que demonstram.
Muitos adolescentes sentem-se perdidos e incapazes de construir um projecto de vida viável capaz de os rebocar até ao futuro.
Os exemplos poderiam crescer mas parecem suficientes para mostrar o nível de especialização que muitas crianças, adolescentes e jovens já atingiram em testes de stress.
E só falei dos mais novos. Por outro lado e regressando à banca, creio que estas instituições, de uma forma geral, sempre viveram, vivem e viverão sem stress.
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