quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O MONÓLOGO DA MINISTRA

Depois do que já disse, não vou comentar o conteúdo das “simplificações” que a operação de tunning político das últimas horas introduziu na problemática da avaliação. Quero referir-me à entrevista da Senhora Ministra. Em primeiro lugar, tratou-se mais de um monólogo que de uma entrevista, a Ministra tinha uma “agenda”, obviamente independente das perguntas da entrevistadora, pouco preparada, aliás, para discutir a questão. No entanto, o mais importante é a forma patética como se tenta defender o indefensável. O modelo não serve e não funciona, diz-se há um ano, o ME não o reconheceu nunca e agora, milagre da humildade, ouve as pessoas e chega à conclusão de que afinal, até têm razão, mas mantém-se o modelo ou o que resta dele. Estranho? Não, rumo, diz a Ministra. Só como exemplo, a Ministra disse e repetiu na TV há duas semanas, que não era possível falar de burocracia e excesso de trabalho quando apenas era pedido a cada professor DUAS folhas e agora, milagre, reconhece que uma “área de problemas” é precisamente … a burocracia. O que parece verdadeiramente espantoso, é a Senhora Ministra falar deste processo na primeira pessoa mas, de facto, discursar como se o ME não tivesse TODA a responsabilidade no modelo que montou, como se tivesse sido uma espectadora e não a decisora e responsável por tudo o que está consignado no modelo. Mau demais.
Com meia dúzia de perguntas simples, poderia perceber-se como é incompetente o famoso modelo e contraditório, arrogante e pouco sério do ponto de vista intelectual, o discurso do ME.
Que siga o baile.

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