quinta-feira, 6 de novembro de 2008

NÃO HÁ SACO

A Madeira é uma terra de peculiaridades. Tem um Alberto João, democraticamente eleito há dezenas de anos para a chefia do Governo Regional, que chama doente mental ao Primeiro-ministro, designa o presidente da República por Sr. Silva, diz em comícios que os eleitores devem pensar bem em quem votam porque ele, o Chefe, não pode dar dinheiro e recursos a quem não o apoia e insulta de diferentes formas qualquer pessoa que não pertença ao seu círculo político. A Madeira tem a laurissilva, um bio-sistema único, lindíssimo e em risco. A Madeira tem uma rapaziada como o Jaime Ramos que lidera um eficaz sistema de administração de interesses pessoais e comerciais à sombra do poder político e que é um paradigma de a “voz do dono”. A Madeira tem a praia do Porto Santo, uma das mais bonitas praias do mundo. A Madeira tem agora um criativo deputado do PND, José Coelho, que para sublinhar a sua apreciação do comportamento fascista de Jaime Ramos e de deputados do PSD mostrou uma bandeira nazi no Parlamento Regional. A sessão foi suspensa, o deputado está impedido de entrar e está tudo muito ofendido. Com razão, não vale tudo.
Só não percebo a razão pela qual não se sentem ofendidos com dezenas de episódios igualmente ofensivos já passados naquele Parlamento e protagonizados, por exemplo, por Jaime Ramos, o homem de quem no Chão da Ribeira, a copofónica festa do Alberto João, se espera que faça o discurso sujo do insulto e da ofensa.
Não há saco.

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