No mundo dos miúdos e dos graúdos e das relações que estabelecem entre si, acontecem situações que, por vezes, me parecem inexplicáveis. Na tentativa de encontrar junto de vós ajuda para entender tais situações, apresento-vos uma delas. Quando em nossas casas, nos contextos familiares, os miúdos pequenos mostram e fazem as suas tentativas de se desenvolverem, por exemplo quando estão a aprender a andar ou falar, observam-se alguns tropeções e embaraços com os sons e palavras. De uma forma geral, os adultos por perto brincam e riem-se com estes incidentes, os miúdos também, e, tranquilamente, continuam a tentar fazer melhor o que, obviamente, acabam por conseguir. Tudo bem. Uns tempinhos mais tarde, os miúdos vão para a escola e começam a aprender as coisas que a escola tem guardadas para lhes ensinar, por exemplo, a ler e a escrever. Como é de prever, as tentativas dos miúdos para ler e escrever não resultam logo, verificam-se alguns enganos e tropeções. É aqui que justamente surge o mistério. É que, contrariamente à situação anterior, muitos dos adultos da escola não brincam e não riem com os miúdos a propósito destes enganos e tropeções. Põem um ar muito sério e sublinham “está errado”. Existem miúdos que se assustam quando, repetidamente, lhes dizem de cara séria, “erraste”. Devagarinho, deixam de querer experimentar fazer, não querem correr o risco de “errar”. Não experimentando, não vão aprender, passam a preguiçosos e desmotivados. Alguns até acedem ao estatuto de alunos com dificuldades.
Têm alguma explicação que me ajude a entender esta diferença de atitudes?
Têm alguma explicação que me ajude a entender esta diferença de atitudes?
2 comentários:
Não sou muito cosmopolita. Nem viajado. Desconheço o que se passa noutros locais, pedagogicamente falando. Mas no círculo regional onde me situo, e que não é difícil extrapolar para a realidade nacional, a explicação é simples e dada em dois passos:
1 - Quando chegam aos dezassete anos, as pessoas já não se lembram do que fizeram e sentiram quando tinham oito.
2 - Quando chegam a adultos (conceito lato, aqui entendido como ter responsabilidades de maior de idade), a maior parte das pessoas acha que nasceu de geração espontânea e já com, pelo menos, 24 anos.
Cumprimentos.
Todas as quintas feiras, os alunos de uma turma do 11º ano do Curso Profissional de Animadores Socioculturais desenvolvem, no espaço da Biblioteca da nossa escola, uma actividade a que decidiram chamar "Livros Mágicos". O principal objectivo é divulgar livros que eles próprios escolhem e apresentá-los de forma original a alunos do Pré-escolar e do 1º ciclo do nosso Agrupamento. Ao mesmo tempo que despertam a curiosidade, desenvolvem no seu público-alvo o gosto pela leitura. Hoje era um grupo de alunos do 3º ano (1º ciclo). Entraram como que a medo, um pouco inibidos, mas em breve já estavam a participar alegremente na exploração do livro. "Sabem para onde desaparece o arco-iris?", "Porque é que há nuvens cinzentas?", "Será que um dia vamos viajar até às estrelas?" foram algumas das questões levantadas pelas dinamizadoras e que, a pouco e pouco, provocaram a participação de todos os meninos. "Vamos lá, nós sabemos que todos vocês têm uma opinião sobre estas coisas, não tenham medo de responder menos certo...".Para o bom ambiente também muito contribuiram os restantes alunos daquela turma de 11º ano que, com as suas respostas propositadamente divertidas provocavam o riso dos mais pequeninos, aumentando o desejo de participarem, mostrando os seus conhecimentos. Foram 45 min muito divertidos, findos os quais já havia crianças que perguntavam: e à tarde, a que horas voltamos?
Enviar um comentário