segunda-feira, 3 de novembro de 2008

DE PORTUGAL, PARA A UCRÂNIA E CABO VERDE COM AFECTO

Não gostei, confesso que não gostei. Como é óbvio, o facto de eu não gostar de algo não é significativo para ninguém a não ser para mim, mas ainda assim devo dizer que não gostei. A Dra. Ferreira Leite em entrevista ao DN/TSF questiona a oportunidade do avanço das grandes obras públicas previstas. Parece-me razoável que se discutam. É também sabido, do patronato de Bruxelas veio essa indicação através de Durão Barroso, que a defesa das obras públicas em tempos de maior dificuldade é muitas vezes associada à manutenção ou promoção do emprego, dito de outra forma, podem ser um modo de combater o desemprego. O argumento pode ser discutível, agora a Dra. Ferreira Leite afirmar que as obras públicas em Portugal podem combater o desemprego, mas na Ucrânia ou em Cabo Verde parece-me, no mínimo, estranho. De uma pessoa que quer ser entendida como uma imprescindível alternativa séria para a chefia de um governo, não pode aceitar-se um deslize deste tipo. Estarei, eventualmente, a exagerar, mas creio que não. Não pode valer tudo, não podemos utilizar o primeiro argumento que nos passe pela cabeça, mesmo que estejamos certos na apreciação. A uma potencial chefe de governo exige-se ainda mais ponderação e nível de análise das grandes questões. Por isso, afirmar que obras em Portugal são boas é para a Ucrânia e Cabo Verde é inaceitável.

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