A experiência abrupta de
confinamento total por que passaram milhões de crianças e adolescentes com o encerramento
de escolas e, praticamente, de todos os serviços da comunidade de que são
utentes, não podia deixar de ter implicações no seu bem-estar.
Desde logo e naturalmente pelo
impacto no seu trajecto educativo e de aprendizagem, mas também na saúde mental.
Aliás, também nos adultos é considerável este impacto.
O confinamento a que foram sujeitos
em contextos familiares em que nem sempre os factores de protecção equilibravam
os factores de risco, sustentou mudanças no seu bem-estar e comportamentos e a emergência de
quadros de risco que agora viajam na "mochila" que os alunos carregam para a escola.
Começam a ser conhecidos
trabalhos que, apesar de alguma precaução na sua análise, iluminam esta situação o que, naturalmente, aumenta a importância
do retorno às escolas, mas, simultaneamente, a necessidade de que as comunidades
educativas tenham os recursos ou dispositivos de acesso a esses recursos que
acomodem as situações de vulnerabilidade psicológica em que muitos alunos
retornarão às escolas. As crianças e adolescentes com necessidades específicas
estarão muito provavelmente em situação de risco acrescido.
Crianças e adolescentes são
resilientes e, como ontem escrevi, importa um ambiente tranquilizador que
tranquilize e apoie alunos e pais no regresso.
Não temos, longe disso, uma etapa
fácil pela frente mas temos de investir no empenho e nos recursos de diferente
natureza para que não tenhamos um futuro de risco que defina a geração
Covide-19.
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