sexta-feira, 11 de setembro de 2020

O AMBIENTE DO REGRESSO

 

Torna-se difícil acompanhar o discurso esclarecido e tranquilizador de, pelo menos, seis milhões de especialistas em saúde pública produzido sobre a situação que atravessamos, designadamente, sobre o início do ano lectivo em modo presencial e numa situação verdadeiramente excepcional.

Compreendo todas dúvidas e todos os receios, também os sinto, também os conheço. Não tenho a menor sombra de dúvida sobre a necessidade de acautelar riscos, para toda a comunidade sabendo que não existe risco zero.

Não tenho a menor sombra de dúvida da necessidade de recursos docentes, técnicos e funcionários bem como equipamentos e dispositivos que permitam a utilização de dispositivos digitais para todos e com eficiência.

Mas também compreendo que voltando os alunos à escola e sendo lá que a escola acontece importa que o não façam mergulhados num clima de medo e receio, geradora de mais medo e de receios.

Os alunos, sobretudo os mais novos e vulneráveis não ainda possuem ferramentas emocionais e cognitivas que lhes permitam lidar com alguma tranquilidade com esses medos e ansiedade. É desejável que o ambiente que percebem à sua volta pudesse ser sentido como um factor de protecção e não de risco.

É verdade que devemos ser realistas, cautelosos, exigentes, é óbvio. No entanto, tal não obsta a que esqueçamos como os mais novos nos ouvem.

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