Torna-se difícil acompanhar o
discurso esclarecido e tranquilizador de, pelo menos, seis milhões de
especialistas em saúde pública produzido sobre a situação que atravessamos,
designadamente, sobre o início do ano lectivo em modo presencial e numa situação verdadeiramente excepcional.
Compreendo todas dúvidas e todos
os receios, também os sinto, também os conheço. Não tenho a menor sombra de dúvida
sobre a necessidade de acautelar riscos, para toda a comunidade sabendo que não
existe risco zero.
Não tenho a menor sombra de
dúvida da necessidade de recursos docentes, técnicos e funcionários bem como
equipamentos e dispositivos que permitam a utilização de dispositivos digitais
para todos e com eficiência.
Mas também compreendo que
voltando os alunos à escola e sendo lá que a escola acontece importa que o não façam
mergulhados num clima de medo e receio, geradora de mais medo e de receios.
Os alunos, sobretudo os mais
novos e vulneráveis não ainda possuem ferramentas emocionais e cognitivas que lhes
permitam lidar com alguma tranquilidade com esses medos e ansiedade. É desejável que o ambiente que percebem à sua volta pudesse ser sentido como um factor de protecção e não de
risco.
É verdade que devemos ser realistas,
cautelosos, exigentes, é óbvio. No entanto, tal não obsta a que esqueçamos como
os mais novos nos ouvem.
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