sexta-feira, 4 de setembro de 2020

EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NAS ESCOLAS E PARA TODOS? SIM, OBVIAMENTE

 

Duas ou três coisas que me parecem relativamente claras e simples.

Os estilos de vida, as exigências de qualificação têm tornado gradualmente a escola mais presente e durante mais tempo na vida de crianças e adolescentes e, consequentemente, com reflexos na educação em contexto familiar.

Creio que já dificilmente se entende que a “família educa e a escola instrói”.

Creio que já dificilmente se entende que a escola forma “técnicos” e não cidadãos, pessoas, com qualificações ao nível dos conhecimentos em múltiplas áreas. Aliás, se bem repararem sempre falamos de sistemas de educação e não de sistemas de ensino e ainda bem que assim é.

Creio que já dificilmente se entende que o conhecimento é asséptico. O conhecimento, a sua produção e a sua divulgação, tem, deve ter, sempre um enquadramento ético e não é imune a valores.

Creio que os tempos mais recentes são elucidativos de como a abordagem de matérias como Direitos Humanos; Igualdade de Género; Interculturalidade; Desenvolvimento Sustentável; Educação Ambiental; Saúde; Sexualidade; Media; Instituições e Participação Democrática; Literacia Financeira e Educação para o Consumo; Segurança Rodoviária; Risco, Empreendedorismo; Mundo do Trabalho, Segurança defesa e paz, Bem-estar animal e Voluntariado são fundamentais ao longo do processo de formação de crianças, jovens e adultos.

Um sistema público de educação, desde há muito de frequência obrigatória e progressivamente mais extenso com qualidade é melhor ferramenta de promoção de igualdade de oportunidades, de equidade e de inclusão. É através de uma educação global que se minimiza o impacto de condições sociais económicas e familiares mais vulneráveis.

Assim, por estas razões simples entendo que "Educação para a Cidadania" deve obrigatoriamente integrar o trabalho desenvolvido na educação em contexto escolar. E para que assim se mantenha juntei esta minha opinião à de outras pessoas que não sei se são “personalidades”, mas com as quais, nesta questão, estou de acordo.  Manifestamente.

 PS – O episódio dos meninos de Famalicão que desencadeou esta questão é um outro problema, com outros contornos e aspectos lamentáveis, mas que está a servir de gatilho e alavanca para agendas outras.

2 comentários:

Célia Ribeiro disse...

Concordo inteiramente com o que escreveu.

Unknown disse...

O tempo humano e civilizacional não dispensa a exigência educativa de uma cidadania atuante, aberta e interpelante. Daí, a relevância da Escola e da sua responsabilidade. Subscrevo ...