Gostei de ler no Público, “O outro lado do tal despacho” de Manuel Soares, Presidente da
Associação Sindical dos Juízes Portugueses.
(…)
Os nossos filhos e
netos passarão a olhar para os colegas transgénero com mais conforto, mais
naturalidade, mais tolerância; deixarão de os achincalhar e diminuir. Isso é
mau? Qual é a alternativa? Abandonar essas crianças e jovens à sua sorte, como
se não fossem sujeitos de direito como os outros? Segregá-los em escolas
separadas? Deixar que se suicidem em grande número? Não ver o sofrimento deles
e das famílias? Aqui não se trata de ser conservador ou progressista, de ser de
direita ou de esquerda, trata-se de saber como podemos fomentar, a partir da
infância, nas escolas, o respeito pelos valores da autodeterminação,
diversidade e privacidade e eliminar factores de diferenciação que potenciam
discriminações e bullying, com resultados muitas vezes trágicos.
(…)
É apenas isto.
De facto, como escrevi em texto anterior no Atenta Inquietude, “Na verdade, uma preocupação com o minimizar de riscos de sofrimento de crianças e adolescentes nestas circunstâncias é uma questão de direitos e
de natureza civilizacional no contexto das políticas e processos educativos.
O problema não está na
agora tão afirmada “ideologia de género”, seja lá isso o que for, está num
género de ideologias que não quer entender a realidade e as pessoas, sobretudo
as pessoas que sofrem. (…)
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