O Professor José Pacheco tem uma entrevista no Observador
que merece ser lida, reflectida, divulgada e também discordada em alguns
aspectos.
Foi há mais de 40 anos a alma da escola da Ponte, uma fonte
de inspiração de muita gente por cá e por fora e que se desenvolveu em
contraciclo com as orientações do ME. Como se depreende da entrevista o José
Pacheco continua, felizmente, em contraciclo com muitos dos discursos e ideias
em educação, como continua com excessivas certezas apesar da retórica da
dúvida. Poderão ser utopias de visionário, podem ser fruto da paixão, podemos
não concordar sempre, mas são desafiantes as suas reflexões.
Na verdade, sob a orientação de José Pacheco e apesar das
vicissitudes e constrangimentos, da pressão da tutela sobre a escola da Ponte e
sobre o Director, das inspecções e avaliações que procuravam concluir que seria
uma experiência falhada, a comunidade mostrou que era, é, possível ter um outro
tipo de escola. Não, não é uma escola perfeita, é apenas uma escola de pessoas.
Curiosamente José Pacheco já fala da Ponte como ultrapassada.
No entanto, a escola da Ponte tem sido de há anos um objecto
de estudo e visita recorrentes por parte de investigadores e professores
nacionais e estrangeiros que reconhecem o que de qualidade por ali acontece.
Deve ainda sublinhar-se que a visão da escola da Ponte é de uma escola onde
verdadeiramente cabem todos, alunos, professores, funcionários e pais.
Há quem lhe chame escola inclusiva. Para que conste.
Leiam a entrevista, por favor. Não temos que concordar com
tudo, é bom que assim seja, mas talvez encontremos que pensar.
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