De acordo com os mandamentos do
Mestre Zé Marrafa, produtos como batatas, cebolas ou alhos, quando já estão “criados”
devem deixar de levar água para “enxugar” e criar casca e, só então, serem colhidos.
E assim fazemos por aqui no Monte.
Pois hoje de manhã cedinho, os
dias aqui começam cedo, fizemo-nos à tarefa na agenda, arrancar os alhos. O “pequeno”
problema é que sem água a terra estava assim ... a modos que dura, muito dura mesmo.
Comentei então com o meu parceiro de tarefa, o sacho" que teríamos
um bocadinho de mais esforço pela frente. Respondeu-me em alentejano “que não
tem dúvida, o braço é seu”. Bem que dei por isso, a terra estava mesmo áspera,
o sacho custava a entrar na terra e a cada cabeça de alho arrancada a coisa
parecia mais brava e, de facto, ... o braço queixava-se.
Não podia parar, não me atrevia a
que amanhã o Mestre Zé cá passasse e não encontrasse os alhos colhidos, eu
tinha assumido que o fazia.
A verdade é que foi uma manhã
dura embora mais branda na parte final, cortar ramas e “barbas” e arrumar os
alhos para dar um gostinho especial à culinária cá de casa.
A verdade é que quando os usamos nos
temperos e me lembro do sabor de alhos mais “produzidos” ou, pior ainda de uns
gigantes, que vêm da China(!!!) logo me esqueço do que custou a sua apanha.
São também assim os dias do
Alentejo.
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