Não existem contextos sociais,
culturais ou políticos iguais.
Não existem sistemas educativos
iguais.
Não existem sistemas educativos
perfeitos.
A qualidade é construída em cima
da diversidade.
Não podem ser “fotocopiadas”
receitas educativas por mais bem-sucedidas que pareçam.
Os números, mais simpáticos ou
menos simpáticos, nunca contam tudo.
Dito isto, julgo que a entrevista
que se encontra no Observador de Kristina Kaihari, Conselheira de Educação na
Agência Nacional Finlandesa para a Educação, merece reflexão.
Um pequeno excerto.
(…)
Confiam cegamente nos
professores?
A Finlândia é uma sociedade baseada na confiança. Sei que, em muitos
países, as pessoas simplesmente não acreditam quando dizemos estas coisas.
Muitas vezes, perguntam-me: “Mas como é que sabem que os professores estão a
fazer as coisas da forma correta?” Nós confiamos nos professores. Sabemos que
eles estão a fazer o trabalho deles e vemos os resultados. Não temos, por
exemplo, inspetores a visitar as escolas. Também não comparamos escolas. Os
resultados de cada uma servem para os professores perceberem o que é preciso melhorar.
Como, na Finlândia, as qualificações requeridas aos professores são as mesmas
em todo o lado, não há grande diferença entre os resultados.
Todos os professores são bons
professores e todas as escolas são boas escolas?
Claro que pode haver algumas diferenças, mas não serão assim tão
grandes. Os primeiros anos da escola básica são iguais para todos, não fazemos
separação de alunos, temos professores de ensino especial em todas as escolas.
Se temos crianças com dificuldades de aprendizagem, é muito importante
ajudá-las de imediato.
Não deixam as dificuldades do
aluno progredir?
Não, não. É muito importante que todos tenham oportunidade, suporte e
ajuda imediatamente.
Chumbam alunos?
Tentamos evitá-lo, é muito raro um aluno ser retido, mas às vezes acontece.
Sabemos que, normalmente, chumbar um estudante não ajuda muito, o melhor é
arranjar-lhe ajuda no imediato e encorajar a criança a fazer o seu melhor para
passar para o nível seguinte.
(…)
Sim, não parece fácil … mas não é
impossível.
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