Voltamos à agenda das
consciências. Hoje, dia 20 de Junho, devemos pensar no Dia Mundial do
Refugiado. Qual refugiado?
Do refugiado da fome, da miséria
e da guerra? Ou do que se refugia na abundância obscena?
Do refugiado do fundamentalismo
religioso intolerante? Ou do que, com medo de existir, se refugia num Deus?
Do refugiado em si? Ou do
refugiado entre a gente?
Do refugiado político? Ou do que
se refugia na política?
Do sem-abrigo, refugiado da rua?
Ou do refugiado, abrigado, em condomínio fechado?
Do trabalhador escravo da miragem
de um refúgio? Ou que se refugia no trabalho para não sonhar a miragem?
Do refugiado que envelhece
refugiado?
Da criança refugiada numa família
que não a adoptou? Ou da criança refugiada numa instituição?
Do miúdo colocado, refugiado, em
mil actividades? Ou do miúdo refugiado no mundo de um ecrã?
Das crianças e adultos refugiados
na indiferença perante a diferença?
Dos Direitos Humanos refugiados?
Ou dos refugiados sem Direitos Humanos?
Do refugiado de uma insuportável
existência? Ou da insuportável existência do refugiado?
Não sei. É o Dia Mundial dos
Refugiados.
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