Merece reflexão o texto
pertinente de João Ruivo, “Escola: o elo mais frágil”. Em sociedades cada vez
mais desenvolvidas e, portanto, exigentes relativamente à formação dos cidadãos,
quer nos conteúdos instrumentais ligados especificamente ao exercício de uma
profissão, quer no acesso a outras competências, a escola tem um papel
absolutamente crítico e progressivamente mais difícil devido, não só a esta
exigência mas também pela velocidade da mudança que só muito dificilmente
consegue ser acompanhada pela mudança na escola.
Neste cenário e sem estranheza os
professores são actores essenciais em todo este processo sendo que eles próprios estão sujeitos à mudança o que acentua a dificuldade do exercício da docência contrariamente ao que alguns opinadores "acham".
Na linha do que refere João Ruivo
julgo que aos professores e às escolas cabe um papel que solicita autonomia
real, formação valorizada e valorização social e profissional e solidez ética e
deontológica.
Os professores não podem ser
vistos, desculpem o exagero, como uns burocratas a papaguear aulas para grupos
de alunos "normalizados" com base num currículo prescritivo e no
manual adoptado que têm outros burocratas a medir saberes e uns outros ainda a
construir fórmulas e grelhas de gestão num qualquer serviço centralizado.
Esta visão de professores assente
em “content delivery”, que cumprem ordens e programas, que não têm que fazer
escolhas, possuir conhecimento aprofundado, solidez nas metodologias, valores
éticos e morais, etc, associa-se à ideia de “deskilling, que fragiliza a sua
acção e compromete seriamente a qualidade do seu trabalho e a resposta aos
desafios.
Esta “desprofissionalização”, como
também lá li em João Ruivo, pode tornar os professores mais “baratos” mas o nosso
futuro será mais caro de pior qualidade.
Definitivamente, todas as
necessárias mudanças na educação só podem ocorrer e ser bem-sucedidas com o
envolvimento dos professores.
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