quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

NADA DE NOVO

Nada de novo.
O relatório do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos, “Pessoas com Deficiência em Portugal — Indicadores de Direitos Humanos 2017”, ontem divulgado é claro nos constrangimentos que afectam os alunos com necessidades educativas especiais, as pessoas com deficiência e respectivas famílias no seu quotidiano.
Nas escolas continuam a faltar recursos, muitos alunos com necessidades especiais passam demasiado tempo em espaços específicos, os níveis de participação em actividades comuns da comunidade escolar são baixos, etc.
Os apoios especializados assentes num modelo errado, são quase caricaturais no tempo disponibilizado.
Tudo isto se passa em nome da inclusão, evidentemente.
É verdade que quando conhecemos a percentagem de alunos com necessidades educativas especiais que estão a frequentar a escolas regulares a visão é simpática.
A questão é que apesar das muito boas experiências fruto da qualidade e empenho da maioria dos docentes, de ensino regular e especializados, dos directores, dos técnicos, dos auxiliares, dos pais e encarregados de educação, muitos alunos com necessidades educativas especiais não estão “integrados”, estão “entregados”. Em nome da inclusão, é claro.
Como muitas vezes digo, nesta área o sistema é verdadeiramente inclusivo, acomoda toda a diversidade de práticas, desde a excelência ao atropelo dos direitos de alunos e famílias.
De resto e porque o universo das pessoas com deficiência é coerente, o Relatório sublinha continuidade dos níveis muito altos de pobreza e desemprego que as afecta, bem superiores ao que passa com a restante população.

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