sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

O ESPÍRITO NATALÍCIO

O Natal está aí e, portanto, está aberta a época de caça própria do espírito natalício. A publicidade nos “ecrãs” vai direccionar-se em força para os miúdos estimulando o consumo a que os pais dificilmente resistem.
Será ingénuo pensar que quem produz e promove produtos para crianças e quem gere os “ecrãs”, assuma uma preocupação com o equilíbrio entre o natural interesse dos mais novos por brinquedos e a natural vontade dos pais de proporcionarem prendas aos filhos, sobretudo numa época, o Natal, que está transformada num centro comercial decorado a vermelho e com barbas e num tempo em que cada vez mais “só se é o que se tem” e “ter mais é ser mais”.
Contudo, acredito que podemos fazer alguma coisa junto dos pais e dos putos para tentar atenuar os efeitos deste cenário. As escolas poderiam ter um trabalho interessante debatendo, se tivesse tempo, com os miúdos, de todas as idades e de forma adequada, o papel da publicidade nas escolhas e nos gostos deles promovendo uma atitude mais consciente e crítica destes processos.
Poderia também ser interessante conversar com os pais sobre o papel dos “presentes” nas relações familiares, isto é, mais prendas não é igual a gostar mais, sobre o papel da publicidade e a forma de lidar com a pressão desencadeada pelos filhos depois de verem “os ecrãs”.

Talvez não seja claro mas a minha ideia não é estragar o Natal, é ter um Natal por medida em vez de um Natal pronto a consumir.

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