Já é conhecido o Relatório do Grupo de Trabalho para as Necessidades Especiais constituído pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior como o objectivo de promover e garantir a
inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino superior.
Como referi na altura, a presença,
ou de forma mais real a ausência, e as questões levantadas pela frequência de
ensino superior por alunos com necessidades especiais não têm merecido a
visibilidade e reflexão que justificam, a sua ”voz” é baixa pelo que me pareceu
útil a decisão de constituir o Grupo de Trabalho.
Também afirmei que para além da
necessidade de legislação e apoio adequados haverá que contar sempre com uma
dimensão crucial, as barreiras psicológicas e das atitudes, pessoais e
institucionais, seja de professores, direcções de escola, da restante
comunidade, incluindo, naturalmente, professores do ensino básico e secundário
e de "educação especial" técnicos, os alunos com necessidades
especiais e famílias. Referi ainda que com base na experiência as preocupações com
a frequência do ensino superior por parte de alunos com necessidades especiais são
fundamentalmente dirigidas aos alunos que mantêm as capacidades suficientes
para aceder com sucesso à oferta formativa tal como ela existe. Referia-me aos
alunos que não têm “diagnóstico” de problemas de natureza cognitiva. Assim sendo,
esperava que esta situação viesse a ser considerada.
O Relatório finaliza com um
conjunto de 67 recomendações e merece leitura atenta e discussão alargada.
Face ao que escrevi acima parece-me
importante a sublinhar a Recomendação 23: “Recomenda-se a realização de um estudo
sobre o acesso ao Ensino Superior das pessoas com dificuldades cognitivas, no
qual se pondere a possibilidade de as IES disponibilizarem formação, não conferente
de grau ou diploma, a este grupo de estudantes.”
Apesar da questão da
certificação e também da avaliação solicitarem análise mais aprofundada julgo que
deve sublinhar-se o sentido da Recomendação, todos os jovens, todos, sublinho,
podem caber no ensino superior.
No entanto, como também escrevi
na altura da constituição do Grupo o primeiro passo é o mais difícil, tantas
vezes o tenho afirmado. É acreditar que eles são capazes e entender que é assim
que deve ser.
A legislação, espera-se, é .uma ferramenta importante mas não resolve tudo.
A legislação, espera-se, é .uma ferramenta importante mas não resolve tudo.
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