sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

DO SENTIDO DE ESTADO E DA CONSCIÊNCIA TRANQUILA

Nos últimos anos instalou-se no discurso de múltiplas figuras com responsabilidades políticas (mas não só) duas expressões que se tornaram impossíveis de ouvir sem um sobressalto. São elas o “sentido de estado” e a “consciência tranquila”.
Na verdade, imensas figuras que evidenciam comportamentos absolutamente deploráveis do ponto de vista ético e político e mesmo de natureza criminal sempre afirmam que o que disseram ou fizeram foi com “sentido de estado” e estão com a consciência tranquila.
Na maioria das situações estas afirmações são um insulto à nossa inteligência e sustentam a baixa credibilidade que a generalidade da classe merece por parte dos cidadãos e o afastamento destes do envolvimento cívico reduzido quase exclusivamente às incidências da partidocracia e ao aparelhismo partidário onde se aprende o “sentido de estado” e as técnicas de “tranquilização da consciência”.
Na verdade, em milhentas situações e de escala variável na “dimensão” das figuras envolvidas, “sentido de estado” remete mais para “servi-me do estado” e o recurso a “consciência tranquila” só pode justificar-se pelo ignorar intencional do que significa consciência.
Onde estão os meus "Vomidrine”? É uma náusea!

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