domingo, 21 de agosto de 2011

TRINTA ANOS DE EXPERIÊNCIA OU TRINTA VEZES O PRIMEIRO ANO?

Como já referi no Atenta Inquietude, a proposta de que os professores em fim de carreira não sejam sujeitos a avaliação decorre, do meu ponto de vista, do pecado original dos modelos de avaliação dos docentes que têm vigorado e se propõe que vigorem, colar a avaliação à progressão na carreira. Daqui decorre que, se estes professores não precisam de progredir, não precisam de avaliação o que me parece insustentável face ao que se entende como papel central da avaliação, uma ferramenta de promoção da qualidade, no início, no meio ou no fim da carreira.
Por outro lado, esta proposta de isenção, como alguns têm referido, produz ainda uma espécie de elite, que substitui os insustentáveis "professores titulares", cerca de 40 000, perto de um terço dos docentes que, naturalmente, ficarão divididos, numa boa jogada do ponto de vista político. O Professor Nuno Crato aprende depressa.
Finalmente, a propósito da antiguidade ser entendida como qualidade, deixo um pequeníssimo registo do que eu costumo designar por micro-histórias da escola.
Era uma vez uma professora mais velha que, para impressionar os mais novos, dizia que já tinha trinta anos de experiência pelo que, obviamente, tinha razão, sempre. Um professor mais novo perguntou-lhe se tinha mesmo trinta anos de experiência ou trinta vezes o primeiro ano. A professora mais velha não percebeu.

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