sábado, 20 de agosto de 2011

RECORRE, A NOTA SOBE QUASE SEMPRE

Segundo dados do MEC, referidos no CM, dos cerca de 6 300 pedidos de reapreciação dos exames do ensino secundário, 66,02% subiram a nota, 13,28% desceram e 20,7% mantiveram a classificação inicial.
Este cenário, um pedido elevado de reapreciações e um resultado final desta natureza, dois terços dos exames sobem a classificação e apenas um em cada cinco a mantêm tem sido habitual nos últimos anos. Do meu ponto de vista, é uma situação estranha e que mina de forma severa a credibilidade e confiança no sistema de avaliação.
Sabe-se que a avaliação escolar contém uma incontornável dimensão de subjectividade, por isso, é necessário um trabalho muito consistente ao nível da qualidade dos exames, da solidez, clareza e coerência dos critérios de avaliação e, naturalmente, da competência dos avaliadores. Estes aspectos foram, aliás, objecto de muitas referências na imprensa durante a época de exames.
Como explicar tal número de recursos acolhidos? Como confiar na avaliação se muitos professores aconselham os alunos a recorrer pois a probabilidade de verem a nota alterada é grande?
É fundamental que se reflicta sobre esta situação e que os exames e a sua classificação mereçam a confiança de alunos e famílias.

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