Parece um bom sinal. O Governo decidiu restringir a criação de empresas municipais e aumentar o controlo sobre estas estruturas. Parece-me necessário ir mais longe mas será um passo positivo.
Lamento que só a situação de aperto que vivemos e a pressão do governo exterior, a “troika”, tenham sido capazes de nos obrigar a esta decisão.
De facto, parece sempre mais óbvio e fácil taxar o rendimento do trabalho e o consumo, não tardará mais um aumento em sede de IVA. No entanto, de há muito que a grande via para o equilíbrio deveria assentar no abaixamento da despesa, do desperdício que se criou para alimentar clientelas de natureza variada. Há muito por fazer e por onde provocar, como se costuma dizer, o emagrecimento do estado.
Existem milhares de institutos, fundações, entidades e organismos públicos cuja eficácia é mais do que duvidosa. Só pelo facto de existirem são um sorvedouro de dinheiros públicos. Salários elevados da administração e chefias, máquina administrativa, edifícios e manutenção, logística e funcionamento, veículos afectos, etc. constituem-se como um saco de desperdício sem fundo. Os serviços de consultoria e aquisição de serviços em "outsourcing" são uma praga de altíssimo custo.
Na gestão autárquica existem centenas de empresas municipais com competências ininteligíveis e eficácia não perceptível, também com custos imensos só por existirem.
Os modelos de funcionamento em muitos organismos públicos centrais e locais são um convite ao desperdício sem controlo.
Como é evidente este universo está estruturado desde sempre para servir as clientelas que sustentam a partidocracia, por isso, nenhum dos partidos ligados ao poder tem estado verdadeiramente interessado em mexer na estrutura que justamente suporta esse poder.
Talvez a pressão exterior, que nos deveria embaraçar mas a ética em política tem caído em desuso, obrigue a que finalmente se recorra seriamente à depuralina, a substância que, diz a publicidade, liberta os organismos dos conteúdos tóxicos e da gordura.
1 comentário:
Sempre encontrei positividade na intervenção estrangeira na governação do nosso país.
Perante a falta de coragem (cobardia) dos nossos políticos governativos para afrontarem interesses instalados e clientelas, só mesmo uma força vinda do exterior.
É certo que não fazem tudo o que deviam fazer (falta + impostos sobre a banca e alguns na bolsa) mas alguma coisa fazem.
AGORA...
Venha uma TROYKA para a arbitragem do futebol!
saudações
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